Número de jornalistas detidos preocupa organizações internacionais
O total de jornalistas detidos no exercício da profissão atingiu, este ano, um novo recorde, com a China a registar o maior número de presos pelo terceiro ano consecutivo, denunciou o Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ).
O relatório anual do CPJ dá conta de 293 jornalistas presos, 50 dos quais na China, com a particularidade de, pela primeira vez, haver vários casos de detenções em Hong Kong, como consequência da imposição da lei de segurança nacional naquele território.
Este é o número mais elevado de jornalistas presos em todo o mundo desde que a organização, sediada em Nova Iorque, começou a recolher dados estatísticos, no início da década de 1990.
O Myanmar (antiga Birmânia), ausente da lista há um ano, foi catapultado para o segundo lugar, na sequência do golpe militar de 1 de Fevereiro e a perseguição aos “media” independentes, com 26 pessoas detidas identificadas como jornalistas, embora a situação “seja pior do que este total sugere”, apontou o CPJ.
Entre os Estados que mais jornalistas prendem estão, ainda, o Egipto (25), Vietname (23), Bielorrússia (19), Turquia (18), Eritreia (16), Arábia Saudita (14), Rússia (14), Irão (11) e Etiópia (nove).
O CPJ destaca, neste âmbito, o caso da Bielorrússia, com o maior número de jornalistas presos desde o início da recolha de dados, em 1992, citando as “medidas extremas” tomadas pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, para deter o profissional Roman Protasevich, com o desvio de um avião.
A Etiópia, a braços com a guerra civil entre as forças governamentais e a Frente de Libertação do Povo Tigray, também é motivo de preocupação, sofrendo, este ano, o “maior revés” da liberdade de imprensa na África subsariana, com nove jornalistas detidos.
Na América Latina, há um total de seis jornalistas presos – três em Cuba, dois na Nicarágua e um no Brasil -, um número “relativamente baixo”, disse a organização, advertindo, no entanto, para o “declínio perturbador da liberdade de imprensa na região”.
Dezembro 21
O CPJ sublinhou que, nos últimos seis anos, o total de detidos não baixou dos 250, reflectindo uma “crescente intolerância à informação independente” e uma maior tendência para os líderes autocráticos “ignorarem o processo legal” e “desprezarem as normas internacionais, para se manterem no poder”.
Além disso, devido à preocupação global com a pandemia de Covid-19 e as alterações climáticas, “os governos repressivos estão claramente conscientes de que a indignação pública, por violações dos direitos humanos, é amortecida e que os governos democráticos têm menos apetite para represálias políticas ou económicas”, apontou a organização.
No encerramento do censo anual do CPJ, não havia jornalistas presos na América do Norte, embora o organismo tenha verificado 56 detenções de colaboradores dos “media” nos EUA ao longo deste ano, 86% em protestos, e dois no Canadá, também em manifestações.
A nível mundial, 24 repórteres foram mortos este ano no exercício da profissão. A Índia tem o maior número de jornalistas assassinados (quatro), seguindo-se o México, com três.
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