O coronavírus é um tema complexo, que deve ser desmistificado pelos jornalistas, de forma a manter a população informada, segura e confiante sobre o seu nível de conhecimento, defendeu Roy Peter Clark num artigo publicado no “site” do Instituto Poynter.
Como tal, o autor reuniu uma lista com sugestões, para que os profissionais consigam classificar o seu discurso e ajudar as audiências.
Em primeiro lugar, Clark acredita que os jornalistas devem reduzir o nível de informação por parágrafo, especialmente quando estão a cobrir temas complexos. A forma mais eficaz de atingir este objectivo é limitar o número de palavras por frase.
A quantidade de dados estatísticos deve, igualmente, ser reduzida. O mesmo se aplica a citações de especialistas.
Além disso, o autor convida os jornalistas a escreverem com uma determinada “persona” em mente, que tenha um conhecimento limitado sobre o tópico.
Um bom mecanismo para “encaixar” toda a informação é o diálogo ficcionado. O formato de “perguntas e respostas”, por exemplo, seria uma das ideias a adoptar.
O “storytelling”, por outro lado, contribui para que os cidadãos fiquem interessados naquilo que estão a ler, e retirem conclusões de forma lúdica. Incluir “segredos” nestes textos, poderá ser outra boa fórmula, já que transmite a ideia de exclusividade.
De acordo com Clark, sempre que os jornalistas se deparem com uma informação “pesada”, devem evitar escrever sobre o tópico em questão. Em vez disso, poderão simplificá-lo através de gráficos ou imagens.
Neste contexto, Clark sublinha que um exemplo “humano” é mais memorável do que “centenas de dados”.
Clark apela, ainda, aos jornalistas que evitem utilizar jargão, ou que, em caso de última necessidade, o traduzam.
Depois de informarem o leitor, os profissionais poderão clarificar a utilidade do novo conhecimento adquirido,.
Por fim, o autor sugere que os jornalistas leiam os textos em voz alta, para detectarem possíveis incongruências.