Notícias distribuídas pelo Facebook em forte quebra de audiência

Chamada a pronunciar-se sobre o assunto, a SocialFlow, uma empresa que estuda precisamente os fluxos nas redes sociais, foi ver uma amostra de cerca de 3.000 páginas do Facebook com material proveniente de meios noticiosos, desde o ano passado.
Depois de encontrarem tendências sempre ascendentes, o alcance teve um pico em Janeiro e a seguir entrou em declínio. O seu administrador executivo, Jim Anderson, disse que as empresas de media tiveram de aumentar os números de posts para manterem o mesmo nível de audiência, cuja quebra, em alguns casos, chegou aos 42%.
“No último trimestre [de 2015] e ao longo do mês de Janeiro, as editoras estavam muitíssimo bem” - explicou Anderson. “Nessa altura o Facebook fez uma alteração no algoritmo.” Em Maio, as editoras envolvidas nesta análise produziram cerca de 550 mil posts - acima dos 470 mil de Abril - mas o total do alcance obtido de Janeiro a Maio foi de menos 42% por post. “Isto é, em parte, evidência da mudança no algoritmo do Facebook.”
É neste ponto que entra a imagem rude de que falámos acima.
“Nós imaginámos que, como os dealers, eles estavam a habituar-nos ao fluxo de tráfego proveniente da sua plataforma social e agora iam obrigar-nos a trabalhar mais (e a pagar mais) para colocarmos os nossos posts diante de uma audiência maior. Com o lançamento dos Instant Articles, o Facebook pode estar a limitar o alcance das editoras com o objectivo de apanhar mais alguns de nós para o seu jardim reservado.”
Mas o autor do texto admite explicações menos tenebrosas:
“Até pode não ter nada a ver com as editoras. Pode ser que seja simplesmente o Facebook a tentar proporcionar o melhor conteúdo aos seus 1,6 biliões de utentes.”
“O Facebook está constantemente a ajustar os seus algoritmos acima e abaixo, procurando sintonizar a experiência dos utentes e o tipo de conteúdos que eles desejam, para a devolver aos utentes” - explica Jim Anderson.
A sua sugestão é que os próprios media procurem, por seu lado, entender o comportamento dos seus dados e fazer uma contínua experimentação sobre o tipo de conteúdos que estão a colocar.
Mas reconhece que, “visto que o Facebook está constantemente a mudar o algoritmo, pode ser difícil perceber exactamente o que é que funciona. Pode tornar-se um alvo em movimento. O que funciona num dia pode não funcionar no seguinte, porque nada disto opera no vazio.” (...)
O texto original, no site Thoughts on Media, a que pertencem as imagens utilizadas