Orhan Pamuk nomeia expressamente a prisão muito recente “do escritor Ahmet Altan, uma das assinaturas mais importantes do jornalismo turco, e do seu irmão Mehmet Altan, universitário e economista de renome”.

Segundo o diário Hürriyet, eles deverão responder pelas suas declarações, na véspera do falhado golpe de 15 de Julho, na cadeia televisiva Can Erzincan TV (considerada 'gülenista' e encerrada), durante uma emissão conduzida pela mediática Nazli Iliack, que se encontra também detida desde então.

 

Orhan Pamuk, que já era um crítico do Presidente Recep Tayyip Erdogan antes do fracassado golpe, ainda não se tinha pronunciado publicamente sobre a vaga de purgas sem precedentes ordenadas por Ancara. Além do artigo, Pamuk junta o seu nome ao de outros intelectuais que publicaram um abaixo assinado contra a vaga de detenções.

 

Rrecorde-se que Orhan Pamuk esteve em Lisboa, em Outubro de 2014, como grande vencedor do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural. Este Prémio, instituído pelo Centro Nacional de Cultura, em cooperação com a Europa Nostra, a principal organização europeia de defesa do património que o CNC representa em Portugal, e com o Clube Português de Imprensa, distingue contribuições excepcionais para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus.

“Pamuk não é apenas um dos maiores escritores contemporâneos, é também um cidadão activo, que tem feito esforços notáveis para promover o rico legado multicultural da Europa, com Istambul como uma das suas mais icónicas cidades”, afirmou na cerimónia de entrega do Prémio Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Júri.

 

Mais informação no DN – Media e no diário britânico The Guardian, que transcreve o abaixo assinado e abre com a imagem dos dois irmãos Altan.