Mais tarde, a 7 de Novembro, quando Joe Biden foi, finalmente, projectado vencedor, Trump lançou, imediatamente, uma campanha para deslegitimar o resultado das eleições. 


Este cenário levantou novos desafios aos “media”, que, mais uma vez, souberam responder eficazmente. Além disso, as redes sociais uniram-se à causa, desmentindo afirmações falsas.


Tudo isto, argumentou a autora, foi conseguido graças a quatro anos de reflexão.


De acordo com Díez, a eleição de Trump, em 2016, obrigou os “media” a realizarem uma introspecção sobre os erros cometidos durante a cobertura da campanha eleitoral desse ano.


Destaca-se, por exemplo, as reportagens exaustivas sobre os “e-mails” de Hillary Clinton -- que utilizava um servidor privado para tratar das mensagens do governo, quando era responsável pelo Departamento de Estado, durante a Administração Obama.


Em 2020, por outro lado, os “media”  rejeitaram a cobertura de escândalos políticos em véspera de eleições.


Ademais, outra das lições retiradas prendeu-se com a análise descontextualizada das sondagens. Recorde-se que, em 2016, os jornais tinham antecipado, com 85% de certeza, a vitória de Clinton.


Ora, este tipo de previsão afasta os eleitores das urnas, devendo, por isso, ser evitado.


Apesar das “vitórias” registadas, sublinhou a autora, os jornalistas devem continuar a reformar as suas estratégias, perante o crescimento dos movimentos populistas, um pouco por todo o mundo.


Assim, de forma a incentivarem os cidadãos a continuarem a  exercer o direito de voto, os profissionais de “media” devem ouvir as opiniões dos consumidores de informação, para conseguirem traçar uma agenda noticiosa que lhes interesse.


Além disso, devem favorecer a representatividade das minorias. Como tal, as generalizações e os estereótipos devem ser evitados.


Ademais, os profissionais devem estar conscientes de que Donald Trump deixou um legado, no âmbito da utilização das redes sociais para a mobilização dos cidadãos, e para a disseminação de “fake news”.


Posto isto, os jornalistas devem continuar alerta, preparando-se para desmistificar “teorias da conspiração” e conquistar a confiança dos cidadãos.  Como? Colaborando e aprendendo com jornalistas de outros países, tais como as Filipinas, que conseguiram continuar a operar e produzir jornalismo e serviço público de qualidade num clima hostil. 


Leia o artigo original em Cuadernos de Periodistas”