No Museu Nacional da Imprensa pode-se “reviver” a composição tipográfica a chumbo
Há vinte anos ainda não havia redes sociais e os computadores pareciam televisores de secretária, com um teclado na frente, mas gordos e pesados por detrás do monitor. A história acelerou muito, e nem sempre tem sido amável com o jornalismo, mas tudo envelhece - mesmo aquilo que hoje parece que tem o futuro à sua frente.
Segundo o texto de apresentação no próprio site do Museu Nacional da Imprensa/Jornais e Artes Gráficas, que aqui citamos, “desde a inauguração, ocorrida em Abril de 1997, que perspectivamos a nossa actividade de forma a romper com o paradigma tradicional dos museus. (...)
“É claro que lidamos com um objecto muito transversal – a Imprensa – mas a valorização do cartoon, como linguagem universal e acessível a todos, tem constituído um dos pilares da estratégia seguida. Imprimir textos de Camões, Almeida Garrett, Eça de Queirós, Sofia de Mello Breyner, ou Eugénio de Andrade, ou mesmo páginas de jornais, a par da produção manual de papel e do desfrute inteligente do humor, no Museu ou noutros espaços culturais e ‘comerciais’, tem sido uma prática que se intensifica à medida que a descentralização aumenta.”
“No campo da internacionalização, o PortoCartoon surge como uma pequenina aventura que cresce de ano para ano, inscrevendo o País e a cidade do Porto nos roteiros do cartoon mundial.” (...)
A este propósito, podemos recordar que o vencedor do PortoCartoon 2017, organizado pelo Museu Nacional de Imprensa, foi o caricaturista belga Luc Vernimmen, com “Turismo Sustentável”, uma sátira dolorosa à situação de guerra na Síria.
Entre outra informação sobre o seu trabalho, no site do MNI afirma-se ainda:
“Os diferentes Núcleos que o Museu está a criar no Continente e nas Ilhas poderão vir a formar uma rede de pequenos museus espalhados pelo País. O desenvolvimento integrado dessa rede permitirá que se constitua um grande Museu Polinucleado, que honre Gutenberg e faça de Portugal um país especial, quer na forma como preservou o seu património tipográfico, quer no modo como soube criar um projecto cultural e turístico de distintiva singularidade mundial.”
Mais informação no site do Museu Nacional da Imprensa, a que pertencem as imagens aqui incluídas