“Newsletters” como novo modelo de financiamento para jornalistas
A digitalização dos “media” veio a alterar o “modus operandi” de muitos jornalistas, que decidiram abandonar as redacções (muitas em crise), para se dedicarem ao seu próprio projecto, em formato de “newsletter”, notou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
De acordo com Castilho, esta fórmula tornou-se popular porque oferece liberdade criativa, flexibilidade de horário, benefícios financeiros e acesso ao “feedback” dos assinantes.
Além disso, os leitores parecem estar mais disponíveis para subscrever a este tipo de serviço do que a um jornal “online”, já que o preço associado é, substancialmente, mais baixo.
A lógica financeira destes produtos baseia-se, assim, na combinação de dois factores: o baixo custo da distribuição via internet e a possibilidade de “micro pagamentos” por muitos assinantes.
Ademais, a maioria das plataformas para a produção de “newsletters” oferece apoio técnico e serviços de “marketing”. Neste sentido, o autor destaca as “startups” Patch Labs, Substack e Patreon, que cobram entre 10 e 25% sobre a receita das assinaturas.
Perante estes benefícios, a maioria dos jornalistas desportivos norte-americanos (80%) já se dedica à edição da sua própria “newsletter”.
Dezembro 20
Castilho ressalva que “ainda é cedo para dizer se as ‘newsletters’ jornalísticas, por assinatura, compensam financeiramente os seus autores, especialmente se eles são pouco conhecidos no mercado”. Contudo, a maioria dos títulos já considera lançar-se neste segmento.
A título de exemplo, o “ New York Times”, oferece 33 publicações do género, cada uma com seu tema específico, lidas por 14 milhões de assinantes.
Actualmente, a receita global da edição digital e das várias “newsletters” é superior à da versão impressa.
Leia o artigo original em "Observatório da Imprensa”
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