“New York Times” homenageia na primeira página as vítimas da pandemia
No final de Fevereiro, o “New York Times” decidiu prestar uma homenagem às 500 mil vítimas do coronavírus nos Estados Unidos, ao utilizar a técnica do pontilhismo na primeira página do jornal.
Esta ferramenta foi utilizada --por Lazaro Gamio, Lauren Leatherby, Bill Marsh e Andrew Sondern -- para elaborar um gráfico informal e quase sensorial, em que cada ponto representa uma vítima, e em que podemos, facilmente, observar, o aumento do número de fatalidades, com o passar dos meses.
Num artigo publicado no “site” do instituto Poynter, Roy Peter Clark descreveu o exercício como um “monólito, uma coluna de impressão bidimensional mórbida e sinistra”, assemelhando-se à retórica de um padre durante um velório.
“Seguindo os marcadores de tempo, os primeiros meses parecem mais cinzentos com algum espaço branco visível. À medida que a pandemia segue em direcção ao presente, os pontos preenchem mais, em menos tempo, e a imagem torna-se quase negra - uma sombra de morte”, continuou.
Além disso -- ressalvou Clark -- esta imagem tem uma componente quase poética. Isto porque, “na tipografia, um bloco impenetrável cinzento chama-se lápide”. Assim, “esta imagem é uma pedra tumular para os perdidos, uma torre gémea antes do seu colapso”.
Clark destaca, no mesmo sentido, o artigo que a jornalista Julie Bosman redigiu para acompanhar este gráfico.
Fevereiro 21
“A jornalista começa com uma decisão sábia: revelar as verdades assustadoras da pandemia a partir de cadeias da linguagem decorativa, criando a ilusão de que os factos assustadores falam por si”.
“Com a ajuda dos seus colegas, a escritora sobrevoa toda a nação e desce para encontrar a ausência profundamente humana vivida pelos sobreviventes dos perdidos, para dar nomes a alguns dos mortos”.
Desta forma, “ao ‘aterrar’ nas cidades através da paisagem, Bosman cria uma sensação de perda nacional e universal”.
Com isto, Clark considera que, mais do que jornalismo, esta edição do “New York Times” desempenhou um papel que é, frequentemente, atribuído a padres.
“Mostraram-nos a realidade, mas, igualmente, consolo, uma visão de humanidade partilhada marcada pela tragédia, esperança, e, ainda, perda”.
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