Murdoch faz balanço de vida pouco confiante nos herdeiros
Segundo Le Monde, desde há mais de um ano que Rupert Murdoch procura adquirir a totalidade da sua filial da televisão europeia Sky, da qual só detém 39%. Em Dezembro de 2017 anunciou desejar ceder o conjunto da 21st Century Fox, o seu ramo de televisão e cinema, incluindo as cadeias da Fox e Sky, ao Grupo Disney, por cerca de 45 mil milhões de euros.
“Agora, a 5 de Junho, o governo britânico, depois de uma longa investigação, aceitou sob condições apenas a operação sobre a Sky. Preocupados com uma excessiva concentração de órgãos de informação nas mãos de um único homem, que já possui o Times e o Sun, os poderes públicos exigem antes do mais a cedência da estação de actualidades Sky News.” (...)
O artigo de The New York Times, de 23Dez.2017, lembra que, “antes de ter saído a notícia de que Murdoch estava disposto a vender grandes partes da sua 21st Century Fox à Walt Disney pelo equivalente a 52.4 mil milhões de dólares, Trump telefonou-lhe para ter a garantia de que a Fox News, a muito valiosa rede de cabo e frequente megafone da agenda de Trump, não seria afectada.” (...)
O mesmo texto refere que “Murdoch e o Presidente Trump - ambos forjados na cultura tablóide de Nova Iorque, um como o proprietário de The New York Post, o outro como sendo perfeito para seu tema - andaram pelos mesmos círculos pelos anos 70, mas não se tornaram próximos até recentemente, quando os seus interesses começaram a estar mais alinhados do que nunca dantes.” (...)
São dois homens “opostos no seu estilo pessoal”, mas “têm muito em comum” - escreve The New York Times.
“Durante muito da campanha presidencial, em 2016, Murdoch - que inicialmente apoiava Jeb Bush - estava contra Trump, declarando pelo Twitter que ele ‘embaraçava os seus amigos’ e ‘o país inteiro’. The Wall Street Journal, que era a ‘jóia da coroa’ de Murdoch, publicou um editorial que chamava ao candidato uma ‘catástrofe’.” (...)
“O restauro de relações entre Trump e Murdoch não deixou de ser notado pelos executivos da Time Warner, que indagam por que motivo a tentativa, pela AT&T, de comprar aquela empresa, teve problemas com a autoridade de regulação na mesma altura em que o Presidente sorria ao negócio Disney-Fox.
“Se olharmos para o que estava em causa, mesmo antes de termos escutado o apoio da Administração ao negócio Disney-Fox, é difícil entender como é que o Departamento de Justiça pôde chegar a uma decisão de bloquear o nosso negócio” - disse Jeffrey Bewkes, o CEO da Time Warner.”
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