Mulheres jornalistas alvo de assédio em plataformas digitais
O trabalho jornalístico está, naturalmente, sujeito às críticas de terceiros, que utilizam as redes sociais ou outras plataformas “online” para expressar a sua opinião quanto a um determinado artigo ou reportagem.
Contudo, as mulheres jornalistas são expostas a outro tipo de escrutínio, de índole pessoal, apontou Charlotte Klein num artigo publicado no “site” da “Vanity Fair”.
De acordo com Klein, a maioria das críticas tecidas às profissionais são alusivas às suas vidas privadas e não ao trabalho que realizam enquanto jornalistas.
Para esta peça, Klein entrevistou diversas jornalistas norte-americanas. Na sua maioria, estas profissionais disseram não ser apoiadas pelas redacções, que tendem a ignorar este tipo de ataques.
“Mesmo as organizações mais progressistas ainda são dirigidas por profissionais que não entendem a origem misógina destes ataques”, considerou uma repórter, que quis manter o anonimato.
Além disso, as profissionais entrevistadas consideram que as publicações ainda não se adaptaram à realidade digital, não dispondo de mecanismos para reagir, eficazmente, a este tipo de situações.
No entanto, as jornalistas consideram que “quando recebemos milhares de mensagens insultuosas, é imperativo que as redacções respondam”.Entretanto, algumas publicações norte-americanas, como o “New York Times” e o “Washington Post” emitiram comunicados de apoio a jornalistas assediadas, mas estes casos são, ainda, considerados excepções.
Março 21
Isto porque, tendencialmente, os jornais ignoram qualquer comentário ofensivo, de forma a “não alimentar os ‘trolls’” -- expressão inglesa para indivíduos que criticam, deliberadamente, outros utilizadores das plataformas “online”.
Perante este cenário, algumas mulheres jornalistas criaram os seus próprios grupos de apoio, em canais de mensagens privadas, como o “Whatsapp” ou o “Slack”.
Ainda assim, as profissionais manifestam medo em abrir as redes sociais, com algumas jornalistas a confessarem ter-se afastado das suas funções, com receio de um maior nível de assédio.
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