"É uma estreia mundial. Nunca tínhamos visto tantos especialistas do livro digital reunidos no mesmo sítio"  -  afirma, com regozijo, Laurent Le Meur, director técnico da EDRLab, o ramo europeu do IDPF – International Digital Publishing Forum. "Todos os lugares reservados aos profissionais já estavam vendidos há quase um mês."

Está presente toda a cadeia francesa do livro, desde as start-ups do e-book ao Centro Nacional do Livro, passando pelos Ministérios da Cultura e da Economia Digital. 

O problema de origem, como bem descreve o Le Figaro, é conhecido :

"É complicado ler um livro digital em todos os suportes. A não ser que se utilizem outros programas, como o Calibre, o proprietário de um Kindle (da Amazon) não pode abrir um e-book comprado no site da Fnac. E vai perder toda a sua biblioteca digital se resolver mudar para outra marca de leitor. Alguns e-books da Apple, por sua vez, só são legíveis nos móveis iPad e iPhone." (…) 

A alternativa é precisamente o ePub. "Este formato livre, criado em 2007 nos Estados Unidos pelo IDPF, tem a vantagem de ser compatível com todos os aparelhos, à excepção do Kindle da Amazon." 

A intenção é a de promover a utilização do ePub e de conseguir, finalmente, um formato standard da edição digital de livros. 

Mas há um terço de participantes estrangeiros, incluindo representantes do Google, da Apple, ou da Deutsche Telekom, que tem o seu próprio leitor Tolino. Pierre Danet, o director de inovação digital da Hachette e presidente do EDRLab, dá as boas vindas aos quatro gigantes Google, Apple, Facebook e Amazon, mas vai dizendo que, com a Apple e a Amazon, "é outra história". 

Concretamente, o que se passa é que determinadas marcas criaram, em devido tempo, determinados produtos, melhores ou piores, que por sua vez conquistaram consumidores que resistem a mudar. É reconhecido que o procedimento do Kindle, usado pelos leitores da Amazon, é mais intuitivo e acessível do que o dos ficheiros ePub, por exemplo. 

Chegados a este ponto, ou as empresas se põem de acordo entre si, prestando atenção aos problemas de que se queixam os seus consumidores, ou são aconselhadas a fazê-lo. 

Sabe-se, como referimos, que a Comissão Europeia está interessada num "Mercado Único Digital" que permitiria aos cidadãos europeus usufruir das suas assinaturas em todo o espaço da União Europeia, sem restrições de direitos de autor.

 

Mais informação no artigo do Le Figaro - Médias