O estudo foi apresentado, na sede da APM, pela sua presidente, Victoria Prego, que o define como um instrumento de extraordinária utilidade como “radiografia do estado da profissão no nosso país”, além de revelar alguns “problemas e disfunções que não se vêem”. 

Por exemplo, esta edição de 2017 tem como novidade um estudo específico sobre a presença das mulheres no ofício, que é maioritária, de dois terços do total, mas vai diminuindo à medida que nos aproximamos dos postos dirigentes das empresas. E há mais indicadores: 

“É superior o número de desempregadas, são menos as que trabalham con contrato e mais as o fazem em regime freelance, e é também maior a percentagem de mulheres a receberem menos.” 

Curiosamente, no terreno da comunicação empresarial e institucional a situação é inversa, estando em maioria as que ocupam postos de responsabilidade (52%), perante 48% de homens. No desemprego encontram-se 64% de mulheres e 35% de homens. 

Segundo Luis Palacio, que conduziu o Relatório, “a discriminação da mulher no mundo do jornalismo é um facto, não esquecendo que se passa dentro de um processo de deterioração profissional que afecta tanto mulheres como homens”. (...)

“Os jornalistas autónomos (freelance) estão mais presentes nos media nativos digitais, revistas impressas e as nas edições digitais dos meios convencionais, e os contratados encontram-se mais na televisão, nos diários impressos e nas rádios”  - explicou ainda. 

“A percentagem desses jornalistas autónomos a receberem menos de mil euros por mês aumentou em quase dez pontos percentuais no último ano, e já vai acima dos 45%. No entanto, a percentagem dos que estão na comunicação empresarial e institucional baixou para os 33%.” 

Apesar da descida no desemprego, as perspectivas não são animadoras. O exercício económico de 2017 “não vai bem, e começam a abrir-se negociações para novas reduções, tanto de salários como de pessoal”. 

A precariedade tem também consequências sobre a credibilidade dos profissionais e dos meios de comunicação. Entre os próprios jornalistas, 75% são de opinião que a sociedade tem uma imagem negativa deles. Aprofundando os motivos apontados, aparecem o sensacionalismo e o fazer da informação um espectáculo, seguidos pela falta de rigor e de qualidade da informação, e dos interesses dos grupos. 

A respeito de pressões sobre os jornalistas, o Relatório verifica também o aumento desta prática e dos que dizem que as sofrem com frequência. 

 

Mais informação no texto da APM, que inclui os links para os vários modos de adquirir o texto completo do Relatório de 2017