Media europeus esquecem rivalidades para combaterem as plataformas tecnológicas

Só em França, o Google concentra “mais de 90% do mercado das buscas online e o Facebook tem 33 milhões de utentes activos”.
“Eles apoiam-se ainda na sua vantagem no domínio dos dados, que está no centro das novas ofertas publicitárias: graças a pontos de contacto muito regulares com os internautas, várias vezes por dia, as duas plataformas entendem o que eles procuram ou apreciam. Passam a dispor também de incomparáveis poderes de cálculo.”
Os patrões das grandes empresas de media têm estado a chamar a atenção para estes factos. Como afirma Marc Feuillée, director-geral do grupo Figaro:
“A conquista de fatias do mercado pelas Gafam [Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft] tornou-se sistémica e coloca uma assimetria com os grupos de media. Isto toma um rumo inquietante, mesmo para os grupos que conseguiram boas transformações digitais.”
Segundo a notícia de Le Monde, que aqui citamos, os grupos de media estão a entrar progressivamente “em lógicas de aliança”, por aproximação de administrações, partilhas de dados, identificação comum dos internautas - formas de cooperação diversas e que “estão a ser experimentadas dos Estados Unidos a Israel e da Alemanha a Portugal”.
Estão em curso em França, segundo o mesmo texto, duas aproximações deste tipo: uma entre os grupos de Les Echos, Lagardère Active, SoLocal e SFR Media, para apresentar Gravity, destinada a pôr em comum os dados de todos, e a outra entre os grupos Figaro e Le Monde, de que se desconhecem por enquanto mais pormenores.
As questões de escala e dimensão são tão importantes que, já em Março, Raphaël de Andréis, da Havas, propunha que os editores “se aliassem, no terreno dos dados, a um nível europeu”.
Mais informação no texto de Le Monde, na íntegra