O objectivo de fundo, nesta como noutras diligências semelhantes, é o de romper com a famosa “bolha de filtro” em que a informação digital, mediada pelas redes sociais, tende por natureza a aprisionar-nos. A jornalista Laura Hazard Owen, que apresenta este projecto no NiemanLab, e cujo artigo aqui citamos, começa por dizer que, se pertencemos “àquele reduzido número de pessoas que realmente se preocupam a respeito da natureza tendenciosa do seu consumo de notícias, temos de fazer algum trabalho”. 

Basicamente, é uma forma de irmos ver de que modo as outras pessoas, de convicções diferentes ou até opostas às nossas, lêem notícias sobre os mesmos assuntos, e onde as vão buscar  - explica.

Houve a preocupação de criar um instrumento muito simples, que não precisa de ser instalado por uma aplicação. Os títulos que aparecem no Flipside são colhidos de 14 publicações (norte-americanas, neste caso), transmitidos pelo Twitter nas últimas duas horas: 

“Não é The Huffington Post quem classifica as fontes, nem quanto à credibilidade nem quanto à ideologia. Os rankings ideológicos são os do estudo do Public Opinion Quarterly de 2016, que usou uma combinação de aprendizagem computorizada [machine learning, no original] e de consulta pública [crowdsourcing, no original] para dispor as fontes de informação no espectro desenhado. Quanto aos ratings de credibilidade, trabalharam em parceria com o site Snopes.com para atribuir essa classificação.” 

“Os ratings estão certamente abertos a discussão; por alguma razão, a Reuters aparece de modo significativo menos credível do que outros grandes media. Quando se dá uma volta pela ferramenta, vê-se que The Huffington Post está incluído na grelha  - e classificado, do ponto de vista da credibilidade, abaixo de The New York Times e The Washington Post. Na realidade, o Snopes deu-lhe a mesma classificação de credibilidade que tem a Fox News.”

 

 

O artigo citado, no NiemanLab, e a apresentação do Flipside em The Huffington Post