Livro de memórias de Pedro Rolo Duarte sem ser autobiografia
A recolha feita pelo Observador condensa sobretudo os textos que descrevem as melhores experiências profissionais descritas na autobiografia, como o nascimento d’O Independente, a revista Kapa e o suplemento DNA.
Correcção imposta pela leitura do autor:
“À medida que vou relendo estas «notas» e as «ordeno» sem qualquer ordem, tenho mais certezas sobre a escolha que fiz. Textos soltos, tempos que andam para a frente e para trás, nexos que encontro e provavelmente mais ninguém encontra. Assim, clara e humildemente, assumo que não estou a escrever uma autobiografia e que me apetece apenas partilhar ideias e episódios que a memória ainda regista e gostaria de ver impressos. Fica de fora pelo menos uma dose de histórias igual à que publico — dos tempos do Sete ao Correio da Manhã Rádio, da Visão aos projectos paralelos em que me envolvi. Quem sabe um segundo volume? Haja tempo.” (...)
Sobre o suplemento DNA, no Diário de Notícias, “o produto editorial que sempre quis fazer”, Pedro Rolo Duarte afirma:
“O DNA durou dez anos, ganhou todos os prémios que havia para ganhar, no domínio do jornalismo, da fotografia, do design. A insuspeita norte-americana SND (Society for News Design) escreveu, no livro de premiados da sua 20.ª edição, relativa a 1998, que o DNA poderia figurar na galeria do «melhor do século», sublinhando o destaque dado à fotografia, à tipografia e à gama de cor. Nesse ano, o suplemento venceu diversas categorias e teve medalha de ouro na mais relevante: overall magazine design.” (…)
“As vendas do jornal, no dia do suplemento, ajudaram. Os prémios revelação consecutivos do Clube dos Jornalistas solidificaram toda aquela soma de sorte, intuição e sentido de oportunidade que, por uma vez, consegui juntar… Dei-me conta, anos mais tarde, de que tinha pensado, concebido e produzido, do primeiro ao último dia, o produto editorial que sempre tinha querido fazer e nunca julguei possível desenvolver.” (…)
O último excerto é sobre “o que é realmente importante”. Citamos:
“O que é importante, realmente? A importância existe? No passado, essa medida da relevância era-nos dada, dia a dia, pelos jornais. Houve um tempo em que os principais diários britânicos ocupavam a sua primeira página com notícias «importantes». Se não havia em número suficiente, uma parte dessa primeira página ficava em branco… (…) O mais importante é o que mais nos diz respeito. Hoje.”
A recolha aqui citada, no Observador