Liberdade de expressão e de imprensa é um bem cada vez mais escasso…

Os níveis de liberdade de expressão diminuíram em, praticamente,  todos os países do mundo, o que facilitou a disseminação de notícias falsas sobre a invasão da Ucrânia, de acordo com um estudo da organização de defesa dos Direitos Humanos, Article 19. No caso da Rússia, explica o relatório, o ambiente de propaganda, que  tem vindo a registar-se nos últimos anos, fez com que os cidadãos deixassem de poder expressar críticas às ações do Kremlin, e levou ao silenciamento daqueles que são contra a guerra. “Não há qualquer dúvida de que a invasão da Ucrânia tem sido a maior preocupação da política global”, disse Quinn  McKew, directora-executiva do Article 19, citada pela “Press Gazette”.  “Este cenário vem, também, recordar-nos aquilo que acontece quando a comunidade internacional ignora a erosão dos direitos, e a insurgência do autoritarismo”, acrescentou. McKew alertou, ainda, para o facto de as medidas de Putin estarem, agora, a ser adoptadas pelos governos de outros países, tais como a Croácia e a Eslovénia, onde já se começou a restringir “fake news” sobre a guerra. No entanto, estes não são os únicos países que enfrentam restrições à liberdade de imprensa. Aliás, segundo o estudo do Article 19, mais de 6,2 mil milhões de cidadãos vivem, agora, com menos direitos do que há dez anos.  O Afeganistão e o Myanmar foram os países mais afectados no último ano. Ainda assim, a Coreia do Norte continua a ser o caso mais preocupante, com 0 pontos, numa escala de 100, no que diz respeito ao nível de liberdade de imprensa e de expressão. Entre os países com maiores restrições à imprensa estão, igualmente, o Turquemenistão (um ponto), a Síria (um), a Eritreia (um), a Bielorrússia (dois), a China (dois), Cuba (dois), Nicarágua (três), Arábia Saudita (três), e Guiné Equatorial (quatro).