Leitores espanhóis privilegiam jornais regionais em vez de nacionais
O panorama dos “media” comunitários tem sido debatido por diversos especialistas em informação, que se dizem preocupados com a situação financeira destes títulos, e com o surgimento de “desertos noticiosos”.
Contudo, conforme foi apontado numa crónica publicada no “Frankfurter Allgemeine”, este cenário parece não ser aplicável a todos os países, já que, em Espanha, as publicações regionais e locais são consideradas as “verdadeiras estrelas jornalísticas”.
Aliás, de acordo com o autor do texto, Paul Ingendaay, “em todas as partes da Espanha, excepto Madrid e Barcelona, os melhores jornais são aqueles que têm raízes comunitárias, já que formam a opinião pública, e representam 80% de todo o mercado mediático”.
“Enquanto noutros países o poder dos ‘media’ é monopolizado pela imprensa nacional, em Espanha acontece o contrário”, continuou Ingendaay. “O Grupo Vocento, por exemplo, que agrupa dez jornais regionais, [...], é considerado poderoso por dar destaque às características singulares de cada publicação”.
Desta forma, prosseguiu Ingendaay, os títulos regionais estão a conquistar novas audiências, enquanto a imprensa nacional segue caminho oposto.
Ora, o “El País”, que, em tempos, contava com uma circulação de 400 mil exemplares, fica-se, agora, pelos 70 mil.
Por sua vez, o “La Vanguardia” dedicado à cidade de Barcelona, apresenta uma circulação satisfatória para qualquer título regional, com uma média de 53 mil exemplares vendidos diariamente.
Outubro 21
“Esta importância atribuída à localização, à região e às pessoas, significa que a orientação ideológica conta menos do que a confiabilidade da informação”.
“Existe, assim, um elemento conservador no sentido literal da palavra: manter a informação familiar, apesar das mudanças tecnológicas”.
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