Leitor dependente dos telemóveis pode não ser mais bem informado

Johanna Dunaway, a responsável pelo estudo realizado no Shorenstein Center on Media, Politics and Public Policy, chama em primeiro lugar a atenção para as limitações dos próprios telemóveis. A combinação de vários factores, como os monitores de menor dimensão, velocidades mais lentas e os custos variáveis de acesso aos dados tornam os telemóveis “veículos imperfeitos para o consumo de notícias”.
Fazendo uso de software que segue o movimento dos olhos, o estudo permitiu verificar que, em comparação com os que usam computadores, os leitores pelo telemóvel passam menos tempo no conteúdo das notícias, e é menos provável que notem e sigam os links e que o façam durante mais tempo.
Estas conclusões são confirmadas por um outro estudo, do Pew Research Center, segundo o qual “embora a maioria dos sites receba agora mais visitas por meio dos telemóveis do que dos computadores fixos, os leitores tendem a gastar muito menos tempo na leitura com os dispositivos móveis”.
Considerando que dois terços de toda a actividade online deverá, a partir de 2020, estar a ser feita por meio de dispositivos móveis, as implicações de um público dominantemente dependente deles são sombrias, segundo este relatório.
“Em última instância, isto significa que, embora os telemóveis estejam a ajudar as empresas de media a atingir mais pessoas do que nunca, o problema é que estes consumidores são menos envolvidos, menos informados e mais inclinados a prestar atenção às notícias de desporto e de entretenimento do que à cobertura política. Além disso, o aumento da escolha dos dispositivos móveis é mais pronunciado entre os americanos de origem latina, negra, e de baixos rendimentos, o que cria o seu próprio conjunto de questões, segundo aponta Johanna Dunaway.”