“Le Monde” diz que falsa informação “online” está em recuo
Os 630 sites foram classificados e agrupados do seguinte modo: 244 conhecidos por divulgarem um número significativo de falsas informações (a vermelho); 93 cuja fiabilidade é duvidosa (laranja); 60 sites de paródia, ou farsa (azul); e 233 em princípio considerados fiáveis (sem cor específica).
A sua actividade foi analisada segundo os dados da empresa americana BuzzSumo, uma ferramenta que mede o envolvimento, ou adesão, isto é, a soma de partilhas, comentários ou menções “gosto” nas publicações destes sites em quatro redes sociais - Facebook, Twitter, Pinterest e Reddit.
“Este indicador dá um reflexo da popularidade ou, pelo menos, da ‘viralidade’ das publicações referidas.” Foi com uma metodologia semelhante que três investigadores de Stanford (na Califórnia) analisaram 570 sites americanos, para um estudo publicado em Setembro. (...)
A actividade principal acontece no Facebook, que concentra 95% dos 4,4 mil milhões de interacções [deste universo], em cerca de quatro anos. (...) Os sites mais fiáveis partilham entre si a maior parte do “bolo”: mesmo no seu ponto mais baixo, em Outubro de 2015, totalizavam 72,3% do envolvimento. (...)
“No total, catorze sites classificados a vemelho no Décodex, e nove classificados laranja, estão posicionados entre as 100 fontes mais ‘virais’ nas redes sociais, durante este período.” (...)
“Segundo a nossa observação, os maiores sites franceses de desinformação [deste universo] viram desmoronar-se a sua audiência nas redes sociais, desde o princípio do ano. (...) Esta queda de actividade não está ligada a uma baixa de produção. Pelo contrário, não deixaram de aumentar o seu ritmo de publicação, mas a popularidade das suas publicações tem estado a desabar com o tempo.”
Contactado, o Facebook não se disponibilizou para comentar estes resultados. Mas várias acções tomadas nesta plataforma desde o final de 2016 podem explicar em parte um refluxo da desinformação. “Podem ser citadas as medidas instauradas para lutar contra as falsas informações, o fecho de páginas de Facebook que contrariavam as condições de utilização da plataforma, bem como a revisão do seu algoritmo.” (...)
Mes estes resultados devem ser interpretados com prudência, segundo Alexios Mantzarlis, director da International Fact-Checking Network (a que pertence a equipa dos Décodeurs de Le Monde).
“Algumas peças de intoxicação muito partilhadas provêm, com efeito, de domínios desconhecidos até então, ou circulam pela publicação de fotos ou de vídeos nas redes sociais.” (...)
“Se é prematuro anunciar o fim das falsas informações online, as respostas desenvolvidas desde há dois anos parecem estar a produzir efeitos.”
O texto citado, na íntegra, em Le Monde, com mais informação aqui