Essa história conta como o jornal procurou acompanhar a grande velocidade de difusão dos novos hábitos de leitura. Aquando da última eleição presidencial, em 2012, pouco menos de 20% dos leitores consultavam Le Monde em aparelhos móveis. Neste mês de Março, o debate entre os cinco principais candidatos e as análises subsequentes foram seguidas “três vezes mais num écran móvel do que num computador”. 

Curiosamente, o editorial sublinha a diferença entre a “leitura confortável” do jornal, quando se fazia no escritório, portanto num computador, e a “leitura mais permanente, e por vezes mais acrobática”, que se faz hoje num smartphone

Repartindo-se os leitores entre os que utilizam a aplicação móvel do Le Monde (com 31 milhões de visitas mensais) e aqueles, cada vez mais numerosos, que aterram no site Internet móvel (com 54 milhões de visitas mensais), onde chegam pelas redes sociais e pelos motores de busca, foi sobre este último que o jornal decidiu começar a remodelação. 

Nestes termos, a prioridade passou a ser a rapidez de acesso e de consumo. O texto insiste na necessidade de tornar a consulta “o mais acessível possível” e, ao mesmo tempo, de “compreensão imediata”. Outro parágrafo sublinha o esforço tecnológico para reduzir o tempo de carregamento das páginas. 

“Esta rapidez e esta clareza são essenciais na hora em que o nosso modelo é sacudido pelos dois gigantes da Internet que são Google e Facebook. É vital que o nosso site seja capaz de mostrar um nível de navegação à altura daquilo que os nossos leitores encontram algures na Web, na hora em que esses dois gigantes afirmam o seu domínio e procuram captar o essencial do mercado publicitário.” (...)

 

O editorial de Jérôme Fenoglio, na íntegra, em Le Monde