Lançar jornais nas escolas para fomentar leitores conscientes
A prática existe, mas depende do desejo do pessoal docente. Floresceram algumas rádios digitais em várias escolas, colégios ou liceus, e os CTA – Comités Territoriais do Audiovisual abrem cada vez mais antenas escolares temporárias.
“Quem já fez rádio uma vez” - afirma Hélène Paumier - “já não volta a ouvi-la do mesmo modo: ficou a saber que a entrevista de rua é resultado de uma escolha, de um ângulo, que as buscas devem ser sérias e validadas, e a informação verificada e contextualizada.”
“E esta lição aplica-se a outras situações: permite compreender que não se deve, nas redes sociais, partilhar sem verificar, indignar-se sem saber quem fala, ou entregar-se à escalada de escândalo na partilha de uma imagem truncada.” (...)
Outra convidada, a socióloga Nathalie Heinich, parte da vaga de desinformação que invade a Net, mas chega também aos meios de comunicação tradicionais, para procurar modos de resistir e esclarecer.
“Como lutar contra esta praga? Há jornalistas corajosos a envolverem-se em empreendimentos de ‘desintoxicação’ - mas será que vão ser lidos pelos ingénuos a que era preciso chegar?” - interroga-se.
Perante a desresponsabilização dos “fornecedores de acesso e administradores das redes sociais”, propõe que procuremos “imunizar as suas vítimas, quer dizer, toda a gente. Começando pelos mais vulneráveis: crianças e adolescentes.”
“Que sabem os alunos dos colégios, ou dos liceus, da diferença entre uma aldrabice, ou mesmo uma simples opinião, e uma informação verificada, ou um facto atestado por investigação? Quase nada.”
“É por isso que é urgente incluir no currículo escolar, a título de instrução cívica, um ensino sistemático das regras que presidem à produção de informação jornalístoca e do saber científico.” (...)
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