Afirma o autor que “trabalhar na Imprensa de modo geral não é fácil, nunca foi, mas quem está na dita ‘grande imprensa’, às vezes, sente o deslumbramento proveniente dos holofotes e esquece que o jornalismo historicamente é uma profissão de proletários”. 


Cita depois Leonardo Sakamoto, docente de jornalismo na PUC, segundo o qual "jornalistas só se lembram de que pertencem à classe trabalhadora quando são mandados embora, tamanha é a desconexão entre profissão e sentimento organizacional".

Ronaldo Leges afirma-se “longe de querer traçar um modelo de conduta para colegas, mas sim analisar criticamente o fazer jornalístico, que em sua génese e receita não mudam de acordo com os meios, mas entender que é necessário se fazer jornalismo com a mesma responsabilidade e seriedade em todas as suas plataformas”. (...) 

“Embora tal expressão possa soar demasiadamente antiga para se referir a jornalistas, esses deveriam voltar a se enxergar como trabalhadores da notícia, pois somente essa consciência os fará fugir da armadilha que enclausura muitos em um personagem que não lhes cabe, o de celebridades dos media.” 

Recorda então “A Sociedade do Espectáculo”, de Guy Debord, uma obra de 1967 onde dizia “que tudo no sistema capitalista se tornaria espectáculo, dentre essas coisas estaria o jornalismo e o excesso imagético também; e nesse aspecto ele acertou formidavelmente, pois o que vemos diariamente pela tela da TV é o sinal mais honesto dessa profecia: entretenimento engessado disfarçado de informação conduzido por protagonistas afectados”. (...) 

O mesmo Guy Debord realizou mais tarde um filme sobre a temática do seu livro, que pode ser aqui visto com legendas em português. 

 

O texto de Ronaldo Leges, na íntegra, no Observatório da Imprensa