Jornalistas paquistaneses perseguidos pelo governo…
O governo paquistanês está a aplicar medidas restritivas sem precedentes ao jornalismo independente, numa tentativa de coartar a liberdade de imprensa, o direito à opinião e ao discurso livre, denunciou Raksha Kumar num artigo publicado no “site” do Reuters Institute for the Study of Journalism.
De acordo com Kumar, os ataques contra jornalistas registam-se, sobretudo, na capital paquistanesa Islamabad, onde estão sediadas as principais organizações noticiosas do país.
“Antes, alguns dos nossos jornalistas -- especialmente em Islamabad, Lahore e Karachi -- eram considerados intocáveis”, disse Kiran Nazish, directora da Coligação para Mulheres em Jornalismo. “Isso mudou”.
Enquanto jornalista paquistanesa que cobriu conflitos em áreas fronteiriças, no Irão, e no Afeganistão, Nazish já foi alvo de várias medidas censórias e reconhece que os “media” do seu país nunca foram livres. Contudo, “o que estamos a assistir agora é um outro nível de controlo”, garante.
Assim, apesar de a maioria dos ataques se destinar a emissoras televisivas, alguns jornalistas asseguram que qualquer profissional que defenda ideais democráticos é considerado um “alvo a abater”.
“Esta é a pior era para os jornalistas paquistaneses”, disse a repórter Asma Shizari, que já foi alvo de ameaças talibãs e de antigos governos.
“O regime actual tem uma nova estratégia”, acrescentou, explicando que as autoridades procuram, agora, combinar violência física com campanhas “online” para descredibilizar o trabalho dos jornalistas independentes.
Agosto 21
Além disso, alguns profissionais foram, mesmo, alvo de tentativas de homicídio.
Desta forma, a auto-censura passou a ser uma prática comum entre jornalistas, que tentam evitar ser visados pelas autoridades.
Agora, “os ‘media’ paquistaneses parecem uma grande televisão, cujo comando não está nas mãos do público, mas dos poderosos”, acrescentou a autora, citando a jornalista Warda Imran.
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