Jornalistas na Nicarágua lutam pela liberdade de imprensa
Em 2018, milhares de nicaraguenses juntaram-se em manifestações para protestar contra as medidas repressivas do Presidente, Daniel Ortega, e contra a sua mulher, Rosario Murillo, que detém diversos cargos governamentais, incluindo o de vice-Presidente e de Directora de Comunicações Nacionais.
À época, com os “media” a mobilizarem-se para cobrir um dos principais eventos políticos dos últimos anos, Ortega aplicou novas restrições ao trabalho jornalístico, perseguindo qualquer profissional independente.
Em Novembro, Ortega vai recandidatar-se ao cargo, enfrentando diversos ex-jornalistas, que optaram pelo trabalho político. Assim, considerou Savannah Jacobson num artigo publicado na “Columbia Journalism Reviews”, as próximas eleições presidenciais da Nicarágua podem ditar o futuro da liberdade de imprensa no país.
Conforme apontou a autora, este ano foi, particularmente, difícil para os profissionais dos “media”. Em Maio, diversos agentes de autoridade invadiram salas de redacção, detendo vários colaboradores e iniciando investigações contra jornalistas e líderes de oposição.
Mais tarde, no início de Junho, uma das candidatas à presidência da Nicarágua, a ex-jornalista Cristiana Chamorro, foi condenada a prisão domiciliária. Além disso, ao longo do Verão, Ortega ordenou a perseguição de dezenas de profissionais dos “media”, bem como a detenção de seis políticos da oposição.
Perante este cenário, quase trinta jornalistas fugiram do país.
Em Julho, recordou Jacobson, Ortega passou a estar incluído na “Galeria dos Predadores” dos Repórteres sem Fronteiras (RSF), ao lado de nomes como Carrie Lam (de Hong Kong), Xi Jinping (da República Popular Chinesa) e Viktor Órban (primeiro-ministro da Hungria).
Setembro 21
Contudo, continuou a autora, a Nicarágua não é o único país da América Latina onde a liberdade de imprensa é restringida e ameaçada pelos líderes nacionais.
Jacobson destaca, neste âmbito, o caso de El Salvador, onde foram registados 117 ataques contra jornalistas em menos de um ano, bem como a situação em Cuba, onde dezenas de profissionais dos “media” foram detidos, desde o início de manifestações contra a liderança do governo.
A Nicarágua encontra-se em 121º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos RSF, entre um total de 180 países.
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