Jornalistas mantém-se na indústria apesar de crise que atravessa
Nos últimos anos, os jornalistas norte-americanos têm experienciado um período tumultuoso, provocado pela polarização política e pela crise pandémica.
No entanto, e apesar de todos estes desafios, a maioria dos profissionais não quer mudar de carreira profissional, concluiu um estudo doPew Research Center,baseado nas respostas de 12 mil colaboradores dos “media”.
Aliás, sete em cada dez jornalistas dizem estar “muito” ou “algo” satisfeitos com a sua profissão, e muitos destes profissionais dizem-se, também, “entusiasmados” com as suas funções.
Além disso, a maioria dos entrevistados disseram estar "extremamente" ou “muito” orgulhosos do seu trabalho.
Contudo, isto não significa que os profissionais não estejam preocupados com o futuro do sector, uma vez que 72% dos inquiridos atribuíram palavras negativas ao panorama que a indústria atravessa.
Ademais, mais de metade (57%) dos jornalistas entrevistados disseram estar “extremamente” ou “muito” preocupados com as possíveis restrições à liberdade de imprensa, enquanto um terço diz ter experienciado emoções negativas no local de trabalho.
Estas preocupações devem-se, em grande parte, ao contacto com desinformação e à percepção negativa que o público tem dos jornalistas, factores que têm vindo a agravar-se nos últimos tempos.
Ainda assim, os jornalistas continuam a procurar cumprir as normas éticas do jornalismo, evitando expressar as suas opiniões pessoais, e dando prioridade aos factos e à pluralidade informativa. No entanto, os profissionais manifestam alguma dificuldade em seguir, “à risca”, estas directrizes.
Julho 22
Os jornalistas entrevistados consideram, também, que, actualmente, é difícil escrever uma notícia que vá ao encontro dos valores de todos os cidadãos. Por isso mesmo, verifica-se, agora, uma polarização dos “media”, em que um determinado título produz conteúdos para um segmento restrito da população.
Para os profissionais, isto representa um desafio à democracia, uma vez que o público deixou de ler opiniões diferentes das suas, e se encontra em “câmaras de eco”, nas quais a sua ideologia é, permanentemente, validada.
Neste âmbito, os jornalistas consideram que as redes sociais são tanto uma “bênção” como uma “maldição”, uma vez que, apesar de ajudarem os jornais a disseminarem o seu trabalho, contribuem, igualmente, para a polarização social, e para o discurso de ódio.
Mesmo perante todos os desafios, quase 57% dos jornalistas diz ter uma “grande paixão” pela sua ocupação profissional, pelo que deixar esta carreira não é uma opção.
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