Um exemplo é a compreensão, pelo público, das diferenças entre analista e comentador, entre repórter e colunista, entre editorial e notícia, ou entre notícia e press-release. Menos de um terço do público declarou sentir menos familiaridade com qualquer destas distinções. Mas os jornalistas calcularam que seriam 60%, ou mais, em cada caso. 

Como disse Rosenstiel, os jornalistas podem recolher mais confiança “por meio de iniciativas para aumentar a transparência, eliminar o jargão profissional e abrir as notícias à participação do público”. 

Os que responderam ao inquérito desejam que as notícias tenham algum enquadramento e análise (63%). “Mas muitos acham que encontram frequentemente comentário e opinião, que consideram muito menos útil (42%). Em consequência disto, muitos evitam ler ou escutar os conteúdos mais opiniosos que encontram.” (...) 

Segundo o texto que citamos, de Rick Edmonds, analista do Poynter Institute, “as fake news não eram o tema principal deste estudo, mas os jornalistas podem ficar surpreendidos pelas implicações do que ficou revelado”: 

“O público atribui múltiplos significados a esta expressão. Na sua maioria (71%), adoptou [a definição] ‘histórias inventadas provenientes de sites noticiosos que não existem’ como uma forma de fake news. Mas um número substancial também pensa que são ‘jornalistas de meios de comunicação reais a inventarem coisas’ (62%), podendo ainda incluir-se ‘histórias incorrectas ou toscas’ (43%).” 

“Isto sugere que o Presidente Trump e os seus apoiantes tiveram um êxito considerável ao expropriarem o termo do seu sentido original. (E as diferenças entre apoiantes e opositores de Trump, na definição do que são as fake news, não são muito grandes).” 

Rick Edmonds chama a atenção para outras duas conclusões: 

“Mais de metade dos inquiridos revelaram saber o que são fontes anónimas. Mas apenas 35% disseram que mesmo os seus websites favoritos procedem correctamente explicando o uso destas fontes.” 

“E embora muitos achem que o jornalismo, de modo geral, vai por mau caminho, 32% dizem que mantêm a confiança nos seus órgãos de comunicação favoritos mais do que há um ano atrás.” (...) 

O estudo foi realizado pelo Media Insight Project  -  uma iniciativa do American Press Institute, com o Associated Press – NORC Center for Public Affairs Research

 

O estudo citado, no Poynter.org e no American Press Institute - a que pertence a imagem incluída - e mais referências em Media-tics