Jornalistas devem estar prevenidos contra as notícias falsas e “teorias da conspiração”
A era digital veio descredibilizar o jornalismo, já que facilitou a propagação de informações falsas, que põem em causa o trabalho dos profissionais dos “media” e, consequentemente, a saúde das democracias.
Assim, tornou-se essencial que os jornalistas assumam um maior compromisso com a informação fidedigna, como forma de travar as “teorias da conspiração”, alimentadas pela desconfiança nas instituições, considerou a jornalista Santamaria N. Silveira num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Até porque, actualmente, a verdade já não é consensual, por se dividir entre correntes de opiniões paralelas, que se focam na promoção de confrontos.
Desta forma, a motivação das “fake news” não é apenas trocar a verdade pelo falso, mas, intencionalmente, distorcer e descontextualizar os factos por motivações política e ideológicas.
Perante este quadro, a autora considera que os jornalistas devem seguir a premissa defendida pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht: “Quem, hoje em dia, quiser combater a mentira e a ignorância e escrever a verdade tem de vencer, pelo menos, cinco obstáculos”.
Novembro 20
“Tem de ter coragem de escrever a verdade, (...) tem de a utilizar como uma arma; tem de ter a capacidade para ajuizar, para seleccionar aqueles em cujas mãos a verdade será eficaz; tem de ter o engenho de a saber difundir”.
Aliás, a autora recorda que um dos personagens adaptados por Brecht, o físico italiano Galileu Galilei, que foi processado e torturado pela igreja, afirmou que “quem não sabe a verdade é simplesmente um imbecil. Mas quem a conhece e a contradiz, é mesmo criminoso”.
Assim, Silveira defende que as autoridades brasileiras devem debruçar -se com mais eficácia sobre esse tipo de delito, coibindo o seu crescimento exponencial, e fazendo com que a verdade retome a palavra nas redes sociais e na sociedade brasileira.
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