Jornalistas de investigação enfrentam novos desafios na era digital
O caso Pegasus veio demonstrar que a espionagem ao trabalho de jornalistas de investigação é, agora, uma prática comum, transformando esta disciplina profissional numa actividade de alto risco, apontou Carlos Castilho num artigo publicado na revista “ObjETHOS”
Conforme recordou o autor, o caso Pegasus prende-se com um “software” de espionagem desenvolvido pela empresa israelita NSO, que, nos últimos anos, tem vindo a ser utilizado por diversos governos, como forma de obter acesso aos dispositivos móveis de jornalistas.
Desta forma, continuou Castilho, as autoridades conseguem aceder a informações pessoais e profissionais sobre os jornalistas de investigação, o que lhes permite, consequentemente, desenvolver novas formas de atacar os profissionais dos “media” e descredibilizar o seu trabalho.
Por isso mesmo, considerou o autor, os jornalistas devem, agora, alterar o seu “modus operandi”, já que, em plena era digital, a informação passou a ser algo fluido, e facilmente manipulável por terceiros.
Ou seja, prosseguiu o articulista, estes profissionais devem implementar novas medidas de protecção, alterando as suas rotinas jornalísticas e assegurando a confiança de fontes de informação, que podem sentir-se ameaçadas perante a possibilidade de espionagem.
Caso contrário, afirmou Castilho, a relação entre jornalistas e fontes de informação pode alterar-se para sempre, prejudicando a qualidade e factualidade de reportagens de investigação.
Setembro 21
Por outro lado, recordou Castilho, existe uma disparidade financeira significativa entre os governos que utilizam “softwares” de espionagem, e os “media” que querem continuar a operar de forma livre e segura.
Por isso mesmo, o autor apela aos “media” e aos respectivos colaboradores que ajudem a consciencializar a opinião pública, para que haja cada vez mais cidadãos a apoiarem a causa jornalística, e a reunir meios para combater as práticas coercivas da liberdade de imprensa.
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