Jornalistas de diferentes gerações debatem forma de captar atenção dos leitores
Na sua intervenção inicial, Mar Cabra sublinhou o problema da distribuição correcta das notícias a todo o público, lembrando, a propósito do ocorrido nos EUA, que “as notícias já não se consomem como antes”, e referindo também a competição dos media com as grandes redes sociais e a polaridade verificada entre mundo rural e urbano. Ainda sobre a campanha nos EUA, Miguel Aguilar criticou a cobertura verificada, em que, “mais do que informar, preferimos dar espectáculo” para conquistar mais audiência.
Mar Cabra elogiou o esforço de fact-checking, terreno que conhece bem e foi explorado nesta campanha, e no qual a tecnología digital pode ser muito útil. Miguel Aguilar não contestou a afirmação mas fez o reparo de que se “trata de ferramentas e não de soluções”, e que se tem verificado, neste campo, “um deslumbramento verdadeiramente pueril pela tecnología”. Sublinhou antes as qualidades de “dedicação, honestidade, verificação e serviço aos outros”, que distinguem o verdadeiro profissional e que não são comparáveis ao chamado “jornalismo-cidadão”.
Ambos os intervenientes estiveram de acordo na crítica à vertigem da “aceleração” e à imposição de multi-tarefas aos jornalistas, bem como à substituição da verdadeira reportagem, no terreno, por pesquisas feitas diante de um computador ou de outros meios.
Ainda sobre as eleições nos EUA, Miguel Aguilar concluiu que a vitória de Donald Trump “não é explicável sem uma falta de credibilidade dos media americanos”.
Mais informação no site da APM e o vídeo do debate