Jornalistas bielorrussos independentes tentam resistir a perseguições e ameaças
Na Bielorrússia, os jornalistas independentes enfrentam diversos obstáculos ao exercício das suas funções, sendo alvo de perseguição e ameaça por parte das autoridades.
Como tal, muitos destes profissionais são obrigados a pedir asilo político em países vizinhos, como forma de continuarem a informar o seu público, e a denunciar as injustiças praticadas pelo regime de Alexander Lukashenko.
É esse o caso de Stepan Putilo, um jovem bielorrusso radicado na Polónia, responsável pela criação de um dos formatos noticiosos mais conhecidos de sempre: o “Nexta”.
Conforme apontou Charles McPhedran num artigo publicado na “Columbia Journalism Review”, Putilo criou o “Nexta” em 2018, com o objectivo de desenvolver um novo formato noticioso, que aliasse a informação às tendências da internet.
Assim, através da rede social Telegram, Putilo começou a partilhar vídeos informativos, com monólogos sobre a situação política e social na Bielorrúsia, e caracterizados por um tom humorístico e sarcástico.
Graças a estes “boletins noticiosos” e à colaboração de Roman Pratasevich, outro jovem jornalista, o “Nexta” tornou-se o maior canal de sempre do Telegram, contando com mais de um milhão de seguidores.
Contudo, afirmou McPhedran, o projecto de Putilo e Pratasevich está longe de ser politicamente isento, já que todos os seus conteúdos são críticos de Lukashenko, e pretendem reforçar o movimento da oposição.
Outubro 21
Os seus conteúdos “alimentaram”, aliás, as manifestações sociais contra as eleições de 2020, nas quais Lukashenko foi reeleito para o seu quinto mandato consecutivo, em condições polémicas.
Conforme apontou Aliaksandr Herasimenka, uma investigadora da Universidade de Oxford, o “Nexta” tem vindo, assim, a “produzir vídeos informativos e de cariz activista”.
Isto significa, afirmou Herasimenia, que este projecto noticioso “não deixa as pessoas formarem as suas próprias opiniões”, apresentando “uma conclusão definitiva sobre o que se passa no país”.
Devido a esta linha editorial, Putilo e Pratasevich foram classificados como "terroristas" por Lukashenko, que pretende pôr fim a este projecto noticioso.
Aliás, recorde-se, o governo bielorrusso desviou para Minsk um avião que voava de Atenas para Vilnius (Lituânia), com o objectivo de deter o jornalista Roman Protasevich, que continua na prisão.
Perante este e outros atentados à liberdade de imprensa, a Bielorrússia passou a ser considerado o país mais perigoso da Europa para o exercício do jornalismo.
Da mesma forma, Lukashenko consta na lista de “predadores dos ‘media”, elaborada pelos Repórteres sem Fronteiras, remetendo a Bielorrússia à 154ª posição do Índice de Liberdade de Imprensa, entre 180 países.
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