Jornalistas afegãos procuram refúgio perante vaga de ameaças
Dezenas de jornalistas afegãos estão a viver em casas de abrigo, enquanto outros pediram asilo a países vizinhos, perante a actual vaga de ameaças contra profissionais dos “media”, alertou o jornal “Guardian”.
De acordo com a publicação britânica, só no ano passado, 132 jornalistas disseram ter recebido ameaças directas, um aumento de 26% face a 2019. Além disso, um relatório das Nações Unidas reportou o assassinato de 30 profissionais dos “media” desde 2018.
O Afghan Journalists Safety Committee (AJSC) -- uma rede nacional dedicada a criar um ambiente seguro para colaboradores dos “media”-- acredita que a liberdade de imprensa continuará a deteriorar-se no país.
“Os jornalistas estão na linha da frente da violência no Afeganistão”, afirmou o responsável pela associação, Najib Sharifi. “Com o aumento dos homicídios , muitos profissionais começaram a praticar autocensura. O número de mulheres jornalistas já está a diminuir, com um decréscimo de 18% nos últimos seis meses”.
Fatima Ahmadi (que pediu que a sua verdadeira identidade não fosse revelada), uma jornalista de 27 anos, foi levada para a província de Ghazni, após descobrir que estava na lista de “alvos a abater” dos Talibãs locais.Em entrevista para o “Guardian”, Ahmadi disse ter começado a receber ameaças em 2019, sublinhando que o número de mensagens e chamadas telefónicas aumentou desde o ano passado.
Maio 21
Numa última chamada telefónica, um homem alertou-a de que o grupo não iria fazer mais ameaças, pretendendo assassiná-la.
Agora, Ahmadi está a viver num abrigo da International Media Support (IMS), que ajuda jornalistas em todo o mundo.
“Acreditamos que a situação vai piorar”, afirmou Susanna Inkinen, colaboradora da IMS. “As alocações são experiências traumáticas. É por isso que -- além da segurança física -- oferecemos aconselhamento, aulas e formações para os jornalistas que foram forçados a deixar as suas casas”.
Agora, Ahmadi diz estar preocupada com o futuro, perante a retirada das tropas norte-americanas do território afegão. “Quero poder partilhar histórias e mostrar o que as mulheres podem fazer no Afeganistão. Ser jornalista é mais do que uma profissão. É a minha identidade”.
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