Após o seu apelo à paz, Marina Ovsyannikova foi detida pelas autoridades russas, tendo comparecido num tribunal em Moscovo, sob a acusação de partilhar notícias falsas. Esta profissional, para já multada em 30 mil rublos (256 euros), poderá ser condenada até dez anos de prisão.


Ainda assim, conseguiu deixar uma mensagem nas redes sociais.


“Infelizmente, nos últimos anos, trabalhei no canal federal,  ajudei o Kremlin na propaganda, e tenho vergonha do que fiz”, diz no vídeo. “Nós calámo-nos em 2014. Não dissemos nada quando Navalny foi envenenado.”


No vídeo, Ovsyannikova diz, ainda, que o que está a acontecer na Ucrânia é “um crime” e que a Rússia é “o agressor”. “E a responsabilidade por essa agressão recai, apenas, na consciência de uma pessoa, e essa pessoa é Vladimir Putin.”


Posto isto, a profissional apelou ao protesto dos cidadãos russos. “Não tenham medo de nada, eles não podem prender-nos a todos”.


Desde o início da guerra russo-ucraniana que o Kremlin tem vindo a aumentar o nível de perseguição a títulos independentes, tanto nacionais, como internacionais. Além disso, várias redes sociais suspenderam a sua actividade na Rússia, limitando o acesso dos utilizadores da internet a informações fidedignas.