Jornalista prevê para 2017 um ano de “dexintoxicação” digital
“O espaço digital é ruidoso, esmagador e cada vez mais tóxico; temos de lutar de todas as maneiras para sermos escutados. Lutamos contra nós próprios, contra os nossos concorrentes e contra fotografias de cãezinhos. Em 2017 vamos também ter de lutar contra o desinteresse intencional das nossas audiências anteriormente cheias de FOMO.”
[A sigla FOMO - fear of missing out - designa, na gíria da Net, aquele interesse compulsivo em estar sempre a par de tudo o que se passa com os nossos “amigos”, principalmente quando não os estamos a ver no ecrã...]
No seu artigo publicado no NiemanLab, que aqui citamos, Dhiya Kuriakose descreve, com conhecimento de causa, o que se passa nesse campo de batalha. Fomos tão longe na dependência que há neste momento, precisamente entre os mais “viciados”, um esforço de suportar a “ressaca” voluntária e recorrer ao direito de legítima defesa:
“Conheço cada vez mais pessoas que estão a impor a si próprias regras de screen-time. Visores apagados uma hora antes de dormir, notificações interditas ao fim-de-semana, não responder aos e-mails depois de uma determinada hora.”
A autora reflecte sobre o sentido do jornalismo praticado e o que ele devia ser:
“Como empresas noticiosas, temos de reassumir as nossas identidades e ser mais do que ‘criadores de conteúdos’ que enchem formatos. É tempo de repensar a nossa cobertura e olhar bem para aquilo por que nos batemos. Temos de proporcionar informações que perdurem para além de um click ou um tweet, que inspirem conversas ao café ou ao jantar.” (...)
No entanto, a concluir o seu texto, Dhiya Kuriakose acaba por assumir, como profissional que continua a ser, que o objectivo é “dar às pessoas uma razão para voltarem do seu digital detoxing...”
O artigo na íntegra, no site do NiemanLab, onde podem ser encontrados outros trabalhos sobre este tema do que vai ser o Ano Novo para o jornalismo