“Esta tecnologia não deve ser utilizada para obter lucro, mas para criar uma esfera pública de debate, troca de ideias, e de outros elementos essenciais para as democracias”, disse.


Ou seja, sublinhou Ressa, o jornalismo pode sobreviver num mundo de redes sociais, desde que consiga aproveitar os seus recursos, e combater aqueles que tentam descredibilizar a sua missão.


Outro dos elementos essenciais para combater as estratégias ditatoriais, continuou Ressa, é identificar a verdade, protegendo os interesses comuns dos cidadãos.


“Se conseguirmos encontrar os factos, conseguimos entrar na verdade, e reconstruir a confiança no jornalismo. Isto é essencial para derrotar os ditadores, e começa com o trabalho individual dos profissionais da imprensa”, considerou.


Por outro lado, afirmou a mesma profissional, nenhuma destas estratégias conseguirá sobreviver sem a colaboração das grandes plataformas tecnológicas, que dominam o mundo digital, e influenciam a vida da maioria dos cidadãos.


Assim, Ressa defende a introdução de novas leis, que obriguem as redes sociais a distinguirem a verdade da ficção.


Caso contrário, afirmou a jornalista, os governos continuarão a disseminar as suas próprias narrativas, e a formatar “realidades alternativas”, que beneficiem os seus regimes.


“Se os factos forem ignorados em todos os países do mundo – e é isso que está em risco – iremos perder a verdade. Sem verdade, não podemos ter confiança. E, na ausência destes elementos, a democracia deixará de existir”.