A jornalista Maria Ressa, vencedora do Prémio Nobel da Paz 2021, anunciou que o governo filipino havia ordenado o encerramento do seu projecto noticioso, o jornal independente “Rappler”.
Durante a sua participação na East-West Center's International Media Conference, Ressa afirmou, no entanto, que o “Rappler” iria lutar contra a decisão do governo.
“Não vamos fechar”, disse Ressa. “Nós podemos apelar da decisão e é isso que faremos, até porque os procedimentos do governo foram muito irregulares”.
Em 2021, Maria Ressa foi laureada com o Prémio Nobel da Paz, juntamente com o jornalista russo Dmitry Muratov, "pelos esforços para preservar a liberdade de expressão".
Enquanto jornalista nas Filipinas, Ressa tem vindo a denunciar as restrições aos “media” independentes, alertando para os ataques directos do Presidente, Rodrigo Duterte.
Numa entrevista à “Columbia Journalism Review”, realizada em 2019, Ressa explicou que as campanhas de Duterte visam reforçar o seu poder, e descredibilizar o trabalho dos jornalistas, bem como os relatórios publicados pelas organizações de defesa dos Direitos Humanos.
“O Presidente ataca os jornalistas de forma directa”, explicou Ressa. “A primeira vítima foi o ‘Philippine Daily Inquirer’, o maior jornal filipino publicado em inglês. Depois, Duterte foi atrás da ABS-CBN, o mais importante conglomerado de ‘media’ nacional”.“O ‘Rappler’ foi o terceiro alvo”, continuou Ressa. “Duterte declarou que o nosso jornal era ‘controlado por norte-americanos’. Isto é mentira, até porque os nossos principais accionistas são filipinos. Após este incidente, escrevi nas redes sociais que o Presidente se tinha enganado. Uma semana depois, comecei a ser perseguida pelas autoridades”.
Junho 22
Assim, em 2019, Maria Ressa foi obrigada a passar a noite na prisão. Contudo, na sua primeira conferência de imprensa após a detenção, este profissional falou, directamente, com os jornalistas, pedindo-lhes que não se deixassem silenciar.
Agora, Ressa continua a trabalhar para que as autoridades internacionais estejam atentas ao panorama filipino, apesar de enfrentar processos judiciais quase todos os dias.
As Filipinas encontram-se em 147º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, entre 150 países.
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