Jornalista chinesa apontada como símbolo da imprensa livre

A jornalista Zhang Zhan, que foi detida pelas autoridades chinesas por cobrir o surto de covid-19 em Wuhan, foi nomeada para o prémio de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras (RSF). Desta forma, a associação pretende distinguir a coragem e o trabalho daquela profissional. Conforme indicou o jornal “The Guardian”, no anúncio de nomeação, os RSF destacaram que a jornalista teve de enfrentar “ameaças constantes das autoridades” e que, mesmo assim, conseguiu reportar sobre a crise pandémica. “Ao ter sido partilhado, múltiplas vezes, nas redes sociais, o seu trabalho estabeleceu-se como uma das principais fontes de informação independente sobre a crise sanitária em Wuhan”, acrescenta a mesma nota. À semelhança de muitos outros jornalistas independentes, Zhang Zhan foi detida pelas autoridades chinesas, e acusada de “disseminar notícias falsas através de mensagens de textos e de plataformas digitais” Agora, Zhang Zhan encontra-se a cumprir uma pena de quatro anos de prisão, e corre risco de vida, por ter entrado em greve de fome. Perante este cenário, Cédric Alviani, representante dos RSF, afirmou que Zhang se estabeleceu como um símbolo do jornalismo independente na China, num momento em que o governo de Pequim tem apertado as restrições à imprensa.