Jornalista bielorrusso exibido em vídeo com suposta confissão
O Governo da Bielorrússia divulgou as primeiras imagens do jornalista Roman Protasevich desde a sua detenção, em Minsk, após o desvio do avião comercial onde seguia com destino a Vilnius, na Lituânia.
Num vídeo cuja autenticidade ainda não foi verificada por fontes independentes, Protasevich “confessou” ter organizado protestos no país e garantiu estar bem de saúde.
“Estou no Centro de Detenção n.º 1, em Minsk, e posso dizer que não tenho problemas de saúde”, diz Protasevich, num vídeo que parece ter sido filmado pelas autoridades bielorrussas. “Continuo a colaborar com a investigação e confessei ter organizado protestos na cidade de Minsk”.
Contudo, de acordo com a família de Protasevich e de outros críticos do regime autoritário de Alexander Lukashenko, o jornalista bielorrusso terá sido coagido – ou mesmo torturado – para dizer o que se ouve nas gravações. Até porque as afirmações do jornalista equivalem a uma confissão que pode valer-lhe uma pena máxima de 15 anos de prisão.
O pai do jornalista, Dzmitri Protasevich, alertou, nesse sentido para a existência de coacção: “Estas não são as palavras dele, não é o tom do discurso dele. Está muito reservado e percebe-se que está nervoso”, disse, em declarações à BBC. Sobre a “confissão”, Dzmitri Protasevich considerou que o filho “não pode ter admitido ter organizado manifestações em massa, porque não o fez”.
Dzmitri Protasevich disse, igualmente, temer o tratamento a que o seu filho estará sujeito. “É possível que esteja a ser agredido e torturado. Esperamos que consiga lidar com isto”; afirmou, em declarações à agência Reuters.
Da mesma forma, a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanouskaia, reiterou, através do Twitter, que o jornalista estava a ser alvo de pressão e apelou à sua libertação imediata.
Maio 21
Roman Protasevich é um dos co-fundadores do canal Nexta, que funciona através da rede social Telegram. Após as eleições presidenciais de 2020, este canal assumiu-se como a principal fonte de informação sobre os protestos antigovernamentais.
Foi, depois, acusado de organizar motins e incitar ao ódio, juntamente com o outro co-fundador da Nexta, Stepan Putilo.
Na sequência dessa acusação, os dois profissionais foram incluídos na lista de “terroristas”, enquanto a “Nexta” foi classificada como organização extremista.
A Bielorrússia encontra-se em 158º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, que avalia um total de 180 países.
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