Jornalismo tecnológico requer soluções no mundo digital
Nos primeiros anos da internet, a maioria das notícias sobre tecnologia colocavam-na contra os poderes pré-estabelecidos, que tentavam domar a sua “inevitabilidade disruptiva”.
Actualmente, as plataformas digitais e as empresas de tecnologia dominam factores importantes no mundo social e os jornalistas começam a referir-se aos centros de poder onde se tomam as decisões relacionadas com o mundo digital.
Os jornalistas tendem, contudo, a centrar-se em escândalos, como ocorreu com a Cambridge Analytica. O centro destas reportagens foca-se bastante na identificação daqueles que utilizam os recursos tecnológicos de forma abusiva, deixando para trás as histórias de efeitos positivos da tecnologia na sociedade.
A economia do mundo digital focada na exploração de dados dos utilizadores e a falta de privacidade são alguns dos assuntos focados, que acabam por gerar uma onda de descontentamento (“techlash”), que os jornalistas ajudaram a fomentar.
Assim, o foco jornalístico tem sido na identificação destes “vilões” que abusam dos recursos tecnológicos e gigantes corporativos, cujo poder é quase incontrolável.
As questões mais relacionadas com a legislação, regulamentação, concorrência e a “prestação de contas”, tem recebido, até ao momento, menos atenção.
O jornalismo tecnológico deve adoptar uma abordagem mais orientada para as soluções, e os jornalistas podem identificar e focar-se mais em activistas e organizações da sociedade cívil que apresentam novas ideias para promover uma mudança.
Estas histórias podem contribuir para uma narrativa mais ampla sobre a reconfiguração da sociedade digital, evidenciando novos pensadores e ideias. Esta alteração promoveria, ainda, uma maior dependência do discurso dos executivos tecnológicos.
Os autores sugerem, depois, uma listagem de passos que os jornalistas devem seguir na cobertura de temas relacionados com tecnologia e informação digital.
Mais informação em Columbia Journalism Review.