Jornalismo precisa de se reinventar na linguagem perante a evolução digital
Os jornalistas não conseguiram actualizar-se quanto à utilização de termos políticos contemporâneos, continuando a aplicar expressões do século XX, numa altura em estas já não se adequam à realidade digital em que vivemos, considerou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Conforme apontou o autor, os “media” continuam a utilizar, na cobertura de acontecimentos políticos, termos simplistas, falhando em espelhar a complexidade do espectro ideológico.
Ou seja, exemplificou Castilho, as publicações jornalísticas referem-se a determinados partidos como sendo de “esquerda, centro, direita”, remetendo os leitores para realidades anteriores.
Aliás, continuou o autor, estes termos tiveram origem na política francesa do século XVIII, quando a política e os fluxos informativos eram limitados, quando comparados com a situação actual.
Assim, os jornalistas continuam a oferecer, aos seus leitores, uma visão do passado, quando a direita era associada ao anti-comunismo, e a esquerda era vista como radical.
Ora, afirmou o autor, perante a complexificação partidária – em que os políticos passaram a beber de várias ideologias – é urgente que os profissionais dos “media” actualizem os termos que empregam, contextualizando a sua evolução.
Castilho sublinha, que é normal que, no processo da comunicação, os intervenientes utilizem expressões simplificadas, para se referirem a conceitos complexos ou abstractos. Esta é, aliás, a forma mais natural de disseminar informações.
Janeiro 22
Contudo, continuou o autor, a transição do analógico para o digital veio implicar mudança de contextos e, consequentemente, dos significados atribuídos a palavras e conceitos.
Assim, concluiu Castilho, a tarefa do jornalismo é, nestas circunstâncias, explicar, os novos contextos, evitando que os velhos rótulos distorçam a nossa percepção de uma realidade que muda todos dias.
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