Jornalismo no Brasil está numa encruzilhada com Covid-19
A cobertura jornalística da pandemia, no Brasil, está a chegar a uma encruzilhada, já que se começa a testemunhar uma profunda alteração na relação entre os jornalistas e os cidadãos, afirmou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
De acordo com Castilho, na actual fase do combate ao covid-19, a preocupação com a forma de noticiar dados, factos e eventos sobre a pandemia é crucial para que o público participe da luta contra o vírus. Contudo, de nada adianta divulgar números, se os cidadãos não alterarem a sua atitude perante a evolução do vírus.
Assim, os jornalistas deparam-se com o dilema de continuar a informar, imparcialmente, ou de se juntarem a uma “corrente de activismo”, que promove causas sem renegar os elementos que definem uma notícia, como a exactidão, relevância, pertinência, confiabilidade e transparência.
Até porque, sem estes dados, a notícia não é confiável e pode induzir os leitores a tomar decisões de risco.
Segundo o autor, a opção pelo activismo decorre de uma ampla diversificação na ecologia informativa, provocada pela digitalização e pela internet. Com a massificação de notícias, o mais importante passou a ser a contextualização.
Julho 20
Castilho ressalva que os “patrões dos media” ainda hesitam, compreensivelmente, na opção pelo activismo informativo, mas, para um profissional, que entende o papel transformador de uma notícia, a escolha deve ser clara.
Até porque esta corrente está a deixar de ser um defeito: é, cada vez mais, uma necessidade.
Jornais como “O Globo” e” Folha de S.Paulo” já publicaram editoriais com grande destaque, onde assumiram uma posição em defesa da democracia e contra o governo Bolsonaro, em acções que poderiam ser classificadas como activismo político.
Contudo, o autor considera que “é preciso aguardar, mais algum tempo, para determinar se a atitude marca uma mudança na forma como os jornais encaram o exercício do jornalismo, ou se é, apenas, uma manobra conjuntural para pressionar o governo”.
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