Mas as informações governamentais têm sido limitadas, já que os líderes políticos promovem comunicações, sem a presença de jornalistas.

Além disso, Maduro e alguns porta-vozes difundem conteúdos falsos com “teorias da conspiração” sobre o desenvolvimento do vírus e, no caso mais extremo, sobre uma suposta cura.


Os jornalistas venezuelanos têm aproveitado para efectuar reportagens juntos dos cidadãos, reforçando a sua credibilidade e a relação com o público. Até porque, segundo Reyes, é função dos jornalistas dar conta da crise humanitária do país.


Há limitações no contacto com as pessoas, mas ultrapassadas no respeito pelas regras básicas de higiene e salvaguarda pessoal, como o uso de máscaras e de viseiras. Ainda assim, este contactoajuda a estabelecer empatia, o que seria impossível através de uma chamada telefónica, ou de uma videoconferência.


As redacções continuam a funcionar, ainda que por via remota. O contacto, à distância, com os colegas continua a ser essencial, tanto para discutir trabalho, como para regular as emoções.


A Venezuela está em estado de emergência continuado. O decreto que o fixou corre à margem dos direitos humanos, o que têm despertado a atenção das autoridades internacionais, tendo em conta violação repetida da liberdade de imprensa no país. 


A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, numa recente actualização do seu relatório, questionou, mesmo, a atitude agressiva contra jornalistas e os actos de violência dos grupos armados que apoiam o Governo de Maduro.


As autoridades continuam, assim, a assediar os jornalistas que se ocupam da crise de Covid-19.


Apesar de tudo, a calamidade que a assola a Venezuela tem facilitado, ironicamente, o contacto dos jornalistas com as comunidades internacionais, designadamente através das redes sociais, lançando campanhas de apoio à liberdade de imprensa no país.



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