Jornalismo independente no Brasil queixa-se dos grandes “media”
O sector mediático brasileiro tem vindo a registar um grave problema de ética, já que as grandes publicações jornalísticas falham, cada vez com maior frequência, na atribuição de créditos a títulos independentes, denunciou Dairan Paul num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Conforme apontou Paul, este fenómeno verificou-se no jornal “Globo”, que partilhou uma notícia divulgada, inicialmente, pelo projecto “Intercept Brasil”, sem citar a fonte de informação.
O mesmo aconteceu com a revista “Isto É”, que publicou uma reportagem sobre a descoberta de uma antropóloga, envolvendo a correspondência escrita de Jair Bolsonaro com grupos neonazis. Esta peça, alerta Paul, já havia sido publicada por Leandro Demori, que denunciou, entretanto, a falta de ética daquele título.
A “Agência Pública” é outro “site” de jornalismo independente que não recebeu os devidos créditos por alguns dos seus trabalhos. A título de exemplo, o programa “Fantástico” divulgou informações sobre o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, sem referir que os dados originais haviam sido concedidos por outro projecto noticioso.
Contudo, ressalva o autor, a falta de acreditação não é apenas um problema dos grandes “media”, já que algumas pequenas publicações se aproveitam do trabalho desenvolvido por outras iniciativas, de forma a conseguirem seguidores e audiência nas redes sociais.
Assim, Paul considera que os “media” são culpados de territorialismo, bem como de falta de transparência. Da mesma forma, o autor acusa algumas destas publicações de utilizarem a ausência de créditos como estratégia de mercado, negando aos leitores o direito de consultarem trabalhos originais, e de passarem a consumir os títulos que os conceberam.
Setembro 21
Com isto, o autor afirma que, apesar de os “media” independentes não necessitarem no “reconhecimento” dos grandes títulos, podem, e devem, denunciar o seu comportamento, sempre que os seus trabalhos forem indevidamente apropriados.
Ademais, para casos mais graves, nos quais o plágio é evidente, Paul recorda que o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros prevê o “respeito ao direito autoral e intelectual do jornalista em todas as suas formas”.
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