Jornalismo e plataformas da Internet têm o “casamento” em crise
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“A Google devorou quase 80 mil milhões de dólares em publicidade digital no ano de 2016. O Facebook facturou quase 27 mil milhões. O mais recente ranking da Zenith revela um um predomínio esmagador deste duopólio digital, a que se seguirão, em breve, os da Amazon e provavelmente das plataformas chinesas Baidu, Alibaba e Tencent. Os editores estão a ser pouco menos que engolidos e começam a revelar-se.”
É nestes termos que Miguel Ormaetxea, editor de Media-tics, descreve a situação de desequilíbrio que tem vindo a alargar-se entre as grandes plataformas e os meios que lhes confiaram a sua distribuição.
“Assistimos a um fenómeno de ‘plataformização’ global da informação, segundo o último relatório do Tow Center para o Jornalismo Digital da Universidade de Columbia, o que supõe uma tendência de muito risco para os editores. Esta ‘plataformização’ implica uma reorientação das informações no sentido de obter melhor posição nas grandes plataformas. O dilema para os editores é se escolhem entregar-se nas mãos dos gigantes da Internet ou se desenvolvem uma estratégia própria.”
São citados dois exemplos opostos: The Huffington Post entregou-se em cheio às plataformas, e 66% da sua produção total de informação é elaborada especificamente para elas; pelo contrário, “The New York Times só entrega às plataformas 16% dos seus conteúdos e está a orientar-se decididamente para uma independência que passa pelos conteúdos pagos”.
“O Chicago Tribune queixava-se recentemente de que os seus conteúdos disponibilizados pelo Facebook estavam a perder rentabilidade a passos gigantes.”
O texto original, em Media-tics; e novos casos de procura de alternativas ao domínio das plataformas