Jornalismo deve ser proactivo contra a desinformação
Nos últimos anos, os meios de comunicação passaram a partilhar um único ponto de vista sobre assuntos de relevância pública, prejudicando os cidadãos, que necessitam de um ecossistema informativo transparente e plural para formarem as suas próprias opiniões, considerou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Conforme indicou o autor ,embora esta estratégia não possa ser classificada como “desinformação”, facilita a partilha de “fake news” por parte de agentes políticos, uma vez que priva os consumidores de compararem diferentes perspectivas.
Além disso, ao terem acesso a um ponto de vista limitado, é provável que os cidadãos tenham uma compreensão restrita sobre o mundo que os rodeia, ficando receptivos a verdades distorcidas.
Tudo isto, continuou o autor, foi acentuado pela digitalização dos conteúdos informativos, que facilitam a partilha de dados, e fazem com que muitos internautas tomem simples boatos como verdades absolutas.
Um exemplo disso mesmo foram as “curas milagrosas” contra a covid-19, partilhadas por via das redes sociais, que levaram muitos internautas a prejudicarem a própria saúde, e a segurança daqueles que os rodeavam.
Por isso mesmo, Castilho considera essencial que os “media” assumam uma estratégia proactiva, procurando evitar a disseminação de notícias falsas, e promovendo a pluralidade de linhas editoriais, para que os cidadãos voltem a confiar no jornalismo, em detrimento da informação que circula “online”, sem qualquer tipo de regulamentação.
O autor sugere, neste âmbito, que os jornalistas se familiarizem com o conceito de “prebunking”, uma expressão inglesa para uma “vacinação” do público contra distorções informativas.
Junho 22
O “prebunking”, explicou, consiste em criar condições adversas para a disseminação de estratégias de desinformação, numa espécie de remédio preventivo, conforme definiu a professora Joan Donovan, da Universidade Harvard.
Através desta estratégia, em conjunto com o compromisso para com a pluralidade informativa, o jornalismo voltaria a assumir uma grande importância social, enquanto ferramenta insubstituível para informar e esclarecer o público, num panorama de complexidade e constante mudança.
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