Na Arménia, por exemplo, os telespectadores responderam com indignação depois de verem os concorrentes mostrarem como famílias ricas ocuparam espaços públicos em Yerevan para construir moradias de luxo. Outra equipa de estudantes expôs uma suposta corrupção numa cooperativa de leite local.

Os espectáculos são dramáticos e as imagens da reportagem são editadas para enfatizar os momentos cruciais. Embora este tipo de formato possa ser considerado entretenimento, os criadores acreditam que o jornalismo continua a ser protagonista. 

Profissionais experientes dão pontuações pela ética dos “media", pela procura dos factos e pela apresentação, mas a característica mais importante é que os júris oferecem o “feedback”, para que o público e os estudantes aprendam como as histórias devem ser produzidas.

O projecto televisivo começou por ser uma competição entre faculdades de jornalismo arménias. O objectivo era incutir um cariz mais prático no ensino, reduzindo o peso académico.

Inicialmente, as histórias eram simuladas e serviam apenas para que os alunos pudessem aplicar a teoria na prática, mas a organização considerou que era importante que os estudantes começassem a enquadrar correctamente as peças.

O EJCEuropean Journalism Center – apoiou a iniciativa e replicou-a em universidades da Bolívia. O projecto é agora financiado pelo governo holandês.

John Wihbey, especialista em literacia mediática, considera que é importante que se alie o elemento de entretenimento ao elemento informativo para que haja um maior envolvimento da comunidade e para que o jornalismo de investigação seja mais atraente,  tanto para os praticantes quanto para o público.

Uma tendência que , em Portugal, já tem expressão em telejornais que recorrem, amiúde, a uma lógica de entretenimento. Uma tendência, aliás, perversa para o jornalismo.