Jornalismo de investigação (pouco convencional) para escrutinar governo russo
Na Rússia, alguns “media” estão a utilizar métodos pouco convencionais para realizar reportagens de investigação e escrutinar o governo de Vladimir Putin.
De acordo com o “New York Times”, estas publicações estão a recorrer à rede social Telegram e à “darkweb” para aceder a bases de dados, obter informações sobre geolocalização e, ainda, consultar registos de viagens aéreas.
Estes métodos são conhecidos por “probiv” -- “perfurar”, em tradução livre -- e permitiram identificar, por exemplo, a célula responsável pelo envenenamento do líder da oposição, Alexei Navalny.
Além disso, graças ao “probiv”, estes projectos de “media” conseguiram publicar histórias exclusivas sobre a “família secreta de Putin” e sobre a interferência russa, em 2016, nas eleições presidenciais norte-americanas.
Com tudo isto, o jornalismo independente russo atingiu um nível “que não se via desde o final da década de 1990”, considerou Denis Volkov, o director do Levada Center, um grupo de pesquisa de opinião pública.
O “probiv” é, contudo, um fenómeno exclusivo da Rússia, já que a maioria dos “media” internacionais rege-se pelo princípio ético de não pagar por informação roubada.
“ As nossas audiências não querem saber se a informação foi ou não roubada”, afirmou Roman Anin, o fundador da plataforma iStories. “Como vivemos num país onde as autoridades matam os líderes de oposição, esquecemo-nos dessas regras [de ética], porque as nossas histórias são muito mais importantes”.
Da mesma forma, o criador do “site” Proekt, Roman Badanin, considera que o número de leitores compensa qualquer desrespeito pelo código deontológico.
Março 21
Até porque, nos últimos meses, o Proekt -- que foi criado à imagem do “site” norte-americano “ProPublica” -- tem vindo a registar um nível crescente de apoio, com alguns leitores a fazer doações ao título.
Ainda assim, segundo indicou o “New York Times”, a maioria dos jornalistas russos considera que esta nova vaga de jornalismo independente será “sol de pouca dura”, devido à perseguição de jornalistas pelas autoridades.
A imagem de uma criança palestiniana, que perdeu os braços quando fugia de um ataque israelita na faixa de Gaza, foi a fotografia vencedora do World Press Photo deste ano. A imagem foi registada...
O Columbia Journalism Review publicou um artigo que dá a conhecer a realidade vivida em Myanmar depois do sismo que atingiu o país. O terramoto foi a primeira grande catástrofe natural desde que a...
A Press Gazette publicou um artigo que dá a conhecer a RocaNews, uma start-up americana de notícias fundada em 2020 por três empreendedores na casa dos 20 anos. O objectivo é provar que o...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...