Como explica o autor, um centro de triagem de crise, acabado em 2013, esteve desde então sem funcionar, “talvez o sinal mais palpável de que as boas intenções não conduziram ao apoio de que as pessoas necessitam”: 

“Em vez disso, pessoas em crise confrontaram-se muitas vezes com agentes da lei armados, em situações que são perigosas e podem tornar-se fatais. A polícia fez, habitualmente, o melhor que pôde, mas este não é um problema que possa resolver. As questões são mais profundas e as soluções têm de ser sistémicas.” (...) 

Heath Haussamen recolhe, desta experiência, alguns conselhos para jornalistas nas mesmas condições, no sentido de um trabalho em que vários media saibam “acertar o passo” entre si: 

Precisam de uma equipa de parceiros.  Construir uma equipa multimédia   - incluindo jornal impresso, digital, rádio e televisão -  obriga-vos a avaliar novas técnicas de narrativa e a aprenderem uns com os outros. 

Precisam de dinheiro.  Para manterem uma colaboração que leva meses, podem ter de trabalhar para além do horário normal, mas não devem fazer trabalho extra que não seja pago. O Fund for Investigative Journalism  e Solutions Journalism Network  estão entre os grupos que oferecem pequenas contribuições para grandes projectos. 

Precisam de um editor e coordenador.  Editores a nível médio [da escala de direcção] praticamente desapareceram das redacções locais, que é uma das razões porque o jornalismo de investigação está também a desaparecer. Os repórteres precisam de apoio nos grandes projectos enquanto estão a fazer o trabalho do dia a dia. Alguém tem de manter a ligação entre tudo e, por fim, fazer a edição. 

Precisam de um propósito claro e um plano.  Isto vai aumentar a eficiência e melhorar o trabalho final. Redigir a proposta com pedido de financiamento ajuda, porque assim estão a prometer, à partida, aquilo que vão produzir em troca do financiamento.

Não sejam demasiado donos dos conteúdos.  Lembrem-se que é um trabalho de cooperação. Todos os media envolvidos no projecto devem ter acesso a publicar ou radiodifundir como lhes parece mais adequado. Quanto mais vasta for a distribuição, maior será o impacto. 

Tornem conhecido esse impacto. Celebrem o facto de terem ajudado a comunidade a reflectir sobre um problema sério, dando-lhe a oportunidade o o fazer convosco. Pode ser um fórum público de debate, por exemplo. Projectos como estes trazem respeito e credibilidade aos meios de comunicação. (...)

O artigo aqui citado, na íntegra na International Journalist’s Network.

O conjunto de reportagens Distressed.