Jornalismo ambiental no feminino pioneiro em ecologia
As mulheres jornalistas foram essenciais para o desenvolvimento do jornalismo ambiental brasileiro e para a criação de associações de “media” com foco em sustentabilidade, recordou Carine Massierer num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Segundo indicou a autora, as profissionais da imprensa contribuíram para a formação de núcleos de ecojornalismo, para a criação da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA), em 1998, e da Rede de Comunicação Ambiental da América Latina e das Caraíbas, em 2000.
No entanto, mesmo antes do aparecimento destes movimentos, muitas profissionais foram pioneiras na temática ambiental.
É esse o caso de Teresa Urban, que se formou em jornalismo pela Universidade Federal do Paraná em 1967. Ao longo do seu percurso profissional, Urban colaborou com a “Folha de S. Paulo”, com a revista “Veja” e consolidou-se como precursora da editoria ecológica.
Urban integrou, igualmente, diversos projectos de organizações não-governamentais, e ajudou a fundar a “Rede Verde”, um programa de rádio que emite informações ambientais para a região do Paraná.
A autora destaca, igualmente, o papel desempenhado pela jornalista Mara Régia Di Perna, que já recebeu o Prémio Chico Mendes de Meio Ambiente e obteve grande visibilidade com a reportagem sobre o desaparecimento de abelhas e de outros polinizadores no oeste do Pará.
Massierer recorda, ainda, o percurso profissional de Ilza Maria Tourinho Girardi, que criou a primeira disciplina de Jornalismo Ambiental no Brasil em 2004, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e o Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental, em 2008.
Graças ao trabalho desenvolvido, Girardi foi galardoada, em 2015, com o Prémio Pioneiras da Ecologia.
Março 21
“Muitas outras jornalistas foram fundamentais para ampliar a visibilidade que a pauta ambiental tem hoje no Brasil e merecem nosso reconhecimento”, acrescentou a autora.
Massierer sublinha, por outro lado, que ainda existe uma lacuna na literatura académica, sobre o papel das mulheres na construção do Jornalismo Ambiental.
“Que possamos resgatar esse legado e preservar a memória dessas mulheres, que nos inspiram até hoje”, concluiu.
Leia o artigo original em "Observatório da Imprensa"
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