Jornal holandês propõe aos leitores que interajam com a redacção

A noção de “membrasia”, de que já demos conta neste site, foi desenvolvida desde o início do Correspondent, que arrancou com um apelo de crowdfunding, em 2013, conseguindo 1,3 milhões de euros em apenas oito dias.
Sendo livre de publicidade, este jornal “não precisa de rastrear os seus utentes com o objectivo de colher dados que tenham interesse para os anunciantes”.
Depois, “a audiência torna-se parte do processo editorial”:
“Cada artigo vem acompanhado de um ‘caderno público’ em que os leitores com contas verificadas podem acrescentar as suas contribuições (factos, em vez de opiniões) e trabalhar estritamente com os seus 47 jornalistas. Deste modo, os membros não são apenas mecenas do meio de comunicação, mas sim colaboradores e peritos, dentro da sua comunidade, que decidem contribuir com a sua experiência e tempo.”
Numa recente conferência sobre jornalismo digital, realizada em Londres, Jessica Best, a responsável pela área de “compromisso”, explicou que “a membrasia não significa entregar o controlo editorial, mas estarmos dispostos a escutar”. E o texto que citamos, de Media-tics, acrescenta que “os media devem deixar de considerar os seus leitores como simples assinantes que pagam por um produto”.
“Envolvê-los nos conteúdos, fazer-lhes sentir que os seus conhecimentos enriquecem as informações e fomentar o sentido de pertença, são algumas das chaves para que continuem a mostrar o seu apoio, ano após ano.”
“Parte da crise de confiança no jornalismo vem do facto de as pessoas não sentirem que são tomadas a sério” - disse Maaike Goslinga, editora internacional da publicação.
E os responsáveis por De Correspondent “descobriram que os media abordam mal a conquista do assinante: oferecem privilégios exclusivos aos leitores que paguem a assinatura, quando aquilo que realmente os motiva é a ideia de responsabilidade compartilhada.” (...)
Mais informação em Media-tics e em NewsRewired