Jornal alemão em modelo cooperativo financiado pelos leitores
“O Taz [abreviatura do título] é propriedade dos seus leitores” - diz Konny Gellenbeck, que dirige a cooperativa. “Com qualquer outro modelo de negócio não teria sido possível assegurarmos o nosso futuro a longo prazo. Propriedade é o fundamento da nossa cooperativa.”
O jornal tem mais de dez mil apoiantes que fazem doações regulares para financiar o seu funcionamento; 50 mil assinantes das suas edições impressa e digital; e mais de 17 mil leitores-proprietários que pagam um mínimo de 500 euros só para aderirem à cooperativa Taz.
“Na altura da sua fundação, o principal objectivo da cooperativa era providenciar uma fonte de notícias alternativa - com uma perspectiva mais social - e torná-la amplamente acessível. O objectivo mantém-se o mesmo, apesar de todos os caminhos pelos quais evoluíram os media ao longo destes 25 anos, incluindo a passagem ao digital.” (...)
“Todos os conteúdos publicados no site do Taz, ou por meio das redes sociais, são de livre acesso. Mas é pedido aos leitores que façam doações voluntárias de acordo com as suas posses. O Taz pede aos leitores que se apoiem uns aos outros, sugerindo que aqueles que podem pagar mais procedam assim, de modo a manter os conteúdos do Taz acessíveis a pessoas de todos os níveis de rendimento.”
À medida que crescia o número dos contribuintes digitais, os editores compreenderam que precisavam de um sistema de pagamento que incluísse os assinantes digitais. Em 2016, o Google Digital News Initiative Fund atribuíu um fundo ao Taz e à Sourcefabric (desenvolvimento de software para meios de comunicação) para criar um portal de pagamento em open-source, que proporcionasse esta capacidade, continuando a ser de fácil utilização por parte dos leitores. O plano permite uma variedade de modos de pagamento, incluindo débitos directos, pagamentos pelo telemóvel e até por bitcoin.
“Que outras lições podem os meios independentes tirar do êxito do Taz com este modo de pagamento à vontade, em vez de com pay-walls? A responsável pelas mudanças digitais, Aline Lüllmann, diz que o foco assenta na relação com os leitores.”
“É uma coisa muito emotiva” – diz. “Mesmo quando as pessoas cancelam a assinatura, telefonam para nós ou escrevem-nos cartas amarguradas.” (...)
“Mais importante do que vender reportagens ou assinaturas é construir um sentido de valores comuns em torno do modelo de jornalismo independente do Taz.”
O artigo original, que aqui citamos da Global Investigative Journalism Network